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Guilherme Mazieiro

Ex-chefe da PRF de Bolsonaro será primeiro ouvido em CPMI do 8 de janeiro

Além de Silvinei Vasques, a relatora Eliziane Gama (Cidadania-MA), confirmou a convocação de envolvido em caso de bomba em aeroporto

14 jun 2023 - 11h55
(atualizado às 12h15)
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O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, é considerado peça chave da investigação
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, é considerado peça chave da investigação
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil / Estadão

O primeiro depoimento marcado para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro será o do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. Ele foi convocado para reunião de terça-feira, 20. Além dele, a relatora da investigação, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), confirmou que na quinta, 22, serão ouvidos um dos suspeitos de tentar explodir uma bomba no Aeroporto de Brasília, George Washington de Oliveira Sousa, e o perito da Polícia Civil Valdir Pires Dantas que trabalhou nesta investigação.

Vasques é considerado uma das peças fundamentais da investigação e a decisão de começar por ele foi tomada pelo conjunto da CPMI. O colegiado que reúne deputados e senadores convocou os três na condição de testemunha, o que os obriga a comparecer e falar a verdade. Como não são investigados, podem ser levados a depor por condução coercitiva, caso se recusem a ir.

Na sessão desta terça, 13, a CPMI aprovou uma série de convocações de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como: os ex-ministros e generais Augusto Heleno, Braga Netto e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. O ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, também foi convocado.

Aliado de Bolsonaro e operação na eleição

Vasques foi alçado ao posto máximo da PRF pelas mãos do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, em 2021. Em razão das operações de blitze e bloqueios realizadas pela corporação durante as eleições em cidades cuja maioria dos eleitores votou em Lula (PT). O policial costumava postar fotos com Bolsonaro e fez, inclusive, pedido de voto para o ex-presidente.

Durante as operações, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) interveio para que fosse desbloqueado o acesso dos eleitores às urnas e determinou que o então diretor-geral prestasse esclarecimentos presencialmente no tribunal. À época, a corte proibiu operações da PRF "relacionadas ao transporte público, gratuito ou não, disponibilizado aos eleitores" e deixou expresso que o descumprimento da decisão poderia gerar a responsabilização do diretor-geral da corporação por desobediência e crime eleitoral. Vasques se justificou dizendo que as operações tinham como base o código de trânsito e não tentavam dificultar o direito de eleitores votarem.

O caso motiviou o Ministério Público Federal (MPF) a investigar a conduta de Vasques.

Bomba no aeroporto

No dia 24 de dezembro, véspera de Natal, quando Lula já estava eleito e organizava a transição para assumir a Presidência, foi encontrada uma bomba em um caminhão ao lado do Aeroporto Internacional de Brasília.

A Polícia Civil do Distrito Federal desarmou, no dia 24 de dezembro, uma bomba próxima ao Aeroporto Internacional de Brasília. Um arsenal de armas foi apreendido com um dos suspeitos.
A Polícia Civil do Distrito Federal desarmou, no dia 24 de dezembro, uma bomba próxima ao Aeroporto Internacional de Brasília. Um arsenal de armas foi apreendido com um dos suspeitos.
Foto: Divulgação / Estadão

Dois suspeitos foram identificados na ação: Alan Diego dos Santos Rodrigues, de 32 anos, que confessou que deixou a bomba apoiada nos paralamas do caminhão tanque. E George Washignton de Oliveira, 54 anos, preso no dia 24 de dezembro por tentativa de atentado. De acordo com o jornal Correio Braziliense, ele confirmou a versão apresentada por George, que a ideia de produzir e deixar o artefato explosivo na área do aeroporto partiu do comparsa. Alan se entregou à Polícia Civil de Mato Grosso em 17 de janeiro.

Um terceiro suspeito também se tornou réu no caso, Wellington Macedo de Souza.

Todos foram condenados a prisão por: expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outro e causar incêndio em combustível ou inflamável. George Washington teve ainda uma condenação por porte ilegal de arma de fogo e artefato explosivo ou incendiário.

Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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