Haddad rebate Flávio Bolsonaro sobre caso Pix: 'Ele foi pego pela Receita'
Ministro lembrou de denúncias contra senador pelo crime de rachadinha ao comentar decisão do governo de revogar portaria sobre Pix.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rebateu as críticas feitas pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sobre a norma que estabeleceu novos valores para o monitoramento de movimentações financeiras por Pix.
Em entrevista a jornalistas para anunciar a revogação da medida, Haddad disse que o senador foi “pego pela Receita” na prática de “rachadinha” - crime de peculato, quando o político recebe parte do salário dos funcionários comissionados.
A revogação se deu em meio a críticas ao governo e uma enxurrada de fake news desinformando o conteúdo da norma. O senador, assim como outros aliados do ex-presidente fizeram postagens constantes contra a normativa. O governo estuda uma medida provisória com o mesmo teor que deve ser publicada nos próximos dias.
“Não podemos colocar a perder os instrumentos que o estado tem de combater o crime. As rachadinhas do senador Flávio, elas foram combatidas porque a autoridade identificou uma movimentação absurda nas contas do Flávio Bolsonaro. Agora, o Flávio Bolsonaro está reclamando a Receita? Ele não pode reclamar da Receita, ele foi pego pela Receita”, disse Haddad.
O ministro citou a compra de mais de 100 imóveis com pagamento em espécie adquiridas por familiares de Bolsonaro ao longo dos anos.
“Não adianta esse pessoal que comprou mais de 100 imóveis com de rachadinha, não pode ficar indignado com o trabalho sério que a Receita está fazendo. O Flávio Bolsonaro ao invés de criticar o governo, deveria se explicar: como é que ele nunca ter trabalhado, angariou um patrimônio espetacular?”, disse o ministro.
O caso das rachadinhas veio à tona em 2018. Em 2020, Flávio foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro sob acusação de liderar uma organização criminosa para recolher parte do salário de ex-funcionários públicos em benefício próprio. O crime teria acontecido em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio, onde foi deputado estadual de 2003 a 2019.
Em 2021, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu e anulou decisões sobre o caso. O senador sempre negou qualquer irregularidade e se dizia perseguido.
Nas redes sociais, o senador comemorou o recuo do governo:
Parabéns a todos pela vitória!
Mobilização espontânea que apavorou Lula e Taxad!
Você acabou de testemunhar a verdadeira razão pela qual o atual desgoverno e os falsos defensores da democracia querem censurar as redes sociais: querem oprimir o povo sem serem incomodados!
Que quem… pic.twitter.com/zWO4GRDyd0
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) January 15, 2025