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Guilherme Mazieiro

Lira e Padilha almoçam juntos às vésperas de votação do marco temporal e de MPs caducarem

Governo Lula viu ministérios do Meio Ambiente e Povos Indígenas serem esvaziados semana passada e tenta evitar novas derrotas no Congresso

29 mai 2023 - 22h00
(atualizado às 22h01)
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O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tenta evitar novas derrotas para o governo
O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tenta evitar novas derrotas para o governo
Foto: CartaCapital

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), recebeu na tarde desta segunda-feira, 29, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para discutir pautas-chave para o governo Lula. O encontro não constava na agenda de nenhum dos dois até o início da noite.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), também esteve no encontro que aconteceu na Residência Oficial da Câmara, no Lago Sul, em Brasília. A informação foi confirmada à coluna por uma fonte ligadas às dicussões.

Os principais projetos tratados foram as medidas provisórias (MPs) que podem caducar se não forem votadas até quarta-feira, 31, e o projeto do marco temporal. O governo tenta evitar novos tropeços no Congresso. Na semana passada, o relator da MP que reorganizou os ministérios da Esplanada, Isnaldo Bulhões (MDB-AL), enfraqueceu ministérios que são vitrine para o governo Lula, o do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas. 

As mudanças propostas por Bulhões tiveram aval do governo, que tentou minimizar as alterações. Mas há no Palácio do Planalto temor de que bancadas no Congresso trabalhem para que a MP caduque, o que resultaria em uma das maiores derrotas para Lula, implicando na extinção de 17 ministérios criados pelo petista. 

Capitaneado pela bancada ruralista, com aval de Lira, o projeto do marco temporal teve a urgência (quando acelerou a tramitação da proposta, indo direto para votação em plenário) aprovada na semana passada e deve ter o mérito votado nesta semana. A proposta restringe a demarcação de terras indígenas àquelas ocupadas até 1988, na promulgação da Constituição.

Uma das MPs que pode perder a eficácia é a do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já admitiu a jornalistas que a matéria deve caducar sem ser votada e avalia que isso é “ruim”.

Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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