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Guilherme Mazieiro

Lula convida Pacheco para reunião em meio a tensões com o Senado

Relação entre Senado e Planalto piorou após governo acionar STF para questionar projeto de desoneração aprovado pelo Congresso

2 mai 2024 - 15h52
(atualizado às 15h53)
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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conversa com o presidente do Senado do Brasil, Rodrigo Pacheco, durante um evento para marcar a consolidação da democracia no Brasil, um ano depois que apoiadores do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro invadiram o palácio presidencial, o Congresso e o Supremo Tribunal, em Brasília , Brasil
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conversa com o presidente do Senado do Brasil, Rodrigo Pacheco, durante um evento para marcar a consolidação da democracia no Brasil, um ano depois que apoiadores do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro invadiram o palácio presidencial, o Congresso e o Supremo Tribunal, em Brasília , Brasil
Foto: Reprodução/Reuters

O presidente da República, Lula (PT), convidou o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para uma conversa na noite desta quinta, 2. Os dois devem se encontrar no Palácio da Alvorada para discutir a relação entre os dois poderes. Nos últimos dias, senadores e o próprio Pacheco manifestaram incômodo com a decisão do governo de questionar na justiça a desoneração da folha, aprovada no Congresso.

À coluna, fontes confirmaram que o convite foi feito pelo Planalto e aceito por Pacheco. O encontro já era esperado há algumas semanas. Para manter uma boa relação política e evitar derrotas no Congresso, Lula entrou em campo e se reuniu com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no dia 21 de abril, um domingo. Naquele final de semana, o petista tentou se reunir com Pacheco, mas em razão de uma indisposição por reação à vacina, o senador não pôde comparecer.

Nos dias seguintes, o governo trabalhou para conquistar vitórias no Congresso, parte delas com ajuda de Pacheco, como o adiamento da sessão que analisará os vetos de Lula -  na qual há grandes chances do governo ser derrotado. Em paralelo a isso, na semana passada, a Advocacia-Geral da União, acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a desoneração da folha aprovada por senadores e deputados. A postura do Planalto incomodou os senadores.

Pacheco reagiu publicamente à decisão do governo de recorrer ao STF, e cancelou um almoço com líderes do governo, previsto para última terça, 30.

“Óbvio que no momento em que se esgotam as negociações políticas, é absolutamente legítima a mim, legítima ao presidente, legítima à população, a qualquer dos Poderes. Mas, enquanto está tendo diálogo político, isso realmente foi um erro, na minha opinião, primário, que poderia ter sido evitado”, disse a jornalistas na terça.

Desde o início da gestão Lula, o ambiente no Senado costuma ser mais seguro. No início de março, o petista se reuniu com Pacheco e lideranças do Senado para um "happy hour" descontraído no Alvorada. O ambiente é diferente em relação ao da Câmara, onde deputado Arthur Lira faz críticas públicas ao ministro responsável pela articulação política, Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), chamando-o de "desafeto pessoal" e "incompetente".

Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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