Lula prepara reunião com Espanha, EUA e França para combater extrema direita
O encontro deve acontecer dia 24 de setembro, paralelo às reuniões da ONU, nos Estados Unidos.
O presidente Lula (PT) deve reunir no dia 24 de setembro lideranças democratas para discutir medidas contra o avanço da extrema direita no mundo. A articulação por uma frente internacional é coordenada com o governo da Espanha e já são esperadas participações do Chile, Colômbia, México, Estados Unidos, França, Reino Unido e Canadá, segundo apurou a coluna. O encontro acontecerá paralelo à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Lula tratou da importância de defender a democracia em conversas realizadas nos últimos meses com os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron, e com os primeiros-ministros do Reino Unido, Keir Starmer, e do Canadá, Justin Trudeau. Já o presidente da Espanha, Pedro Sánchez, manteve contato com Lula durante visita oficial em março e por telefone, em junho.
A ideia de fazer a articulação com países democratas foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo, em junho.
“Estou convidando uma reunião dia 24 na sede da ONU com os governos democratas do mundo”, disse Lula nesta quarta, 14, durante a abertura do fórum Um Projeto de Brasil, organizado pela revista Carta Capital.
O Palácio do Planalto e o Itamaraty têm acompanhado com atenção o avanço de movimentos ultraconservadores e da extrema direita pelo mundo. Em eleições realizadas neste ano, o Reino Unido, a França e o Parlamento Europeu, presenciaram a ascensão de movimentos extremistas, ainda que eles não tenham conquistado o governo ou maioria.
“Ia convidar governos progressistas, mas tem pouco governo progressista no mundo. Para não deixar nenhum amigo de fora, vou convidar governos democratas”, disse o presidente.
“A democracia não é uma coisa pequena, é o que existe de mais perfeito que o ser humano criou na arte da governança”, destacou Lula.
Durante sua fala, o presidente ainda fez considerações sobre a força da diplomacia para estabelecer blocos econômicos.
“Vejo a União Europeia como a construção, um patrimônio democrático da humanidade. Imaginar a França e a Alemanha, depois de se autodestruirem, criarem um bloco que fez um banco central, parlamento e moeda própria é invejável. E é isso que temos que fazer, a gente sempre coloca na mesa o problema. Vamos colocar a solução”, disse Lula.