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Guilherme Mazieiro

Marçal posta suposto laudo de Boulos com dado errado; psolista pedirá prisão de adversário

Publicação feita por Marçal foi removida pelo Instagram duas horas após ser postada

5 out 2024 - 00h22
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Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB), candidatos à Prefeitura de São Paulo.
Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB), candidatos à Prefeitura de São Paulo.
Foto: Reprodução/Youtube/Folha de S.Paulo

O ex-coach e candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), postou em suas redes sociais, na noite desta sexta, 4, um suposto receituário médico do candidato Guilherme Boulos (PSOL), que indicaria um encaminhamento para emergência psiquiátrica.

Segundo o documento, o então deputado teria tido um resultado positivo em teste para o uso de cocaína. Boulos rebateu o documento dizendo que é falso e disse que pedirá a prisão de Marçal. Cerca de duas horas após a postagem, o Instagram removeu esse conteúdo de Marçal.

O documento apresentado por Marçal informava que Boulos estaria sendo encaminhado para emergência com quadro de "surto psicótico grave, delírio persecutório e ideias homicidas". O documento é do dia 19 de janeiro de 2021 e assinado pelo médico José Roberto de Souza. Segundo Boulos, o médico morreu.

O registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) de Souza está inativo desde 8 de abril de 2022, pouco mais de um ano depois da data do documento de Marçal.

O documento apresentado por Marçal traz um erro. O receituário informa que o RG de Boulos teria o número 33.392.221-28. No entanto, o número é diferente do documento original do psolista. O Terra consultou nesta sexta, no site do Superior Tribunal Eleitoral, dois documentos de registro da candidatura de Boulos, expedidos pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em 2018 e 2020. Ambos trazem o número do RG de Boulos diferente daquele apresentado no receituário. O documento oficial de Boulos tem 8 números, e não 10 como consta no receituário. Além disso, há divergência entre os números.

Após a publicação da postagem de Marçal, a campanha de Boulos informou que o documento é "falso e criminoso e ele responderá e arcará com as consequências em todas as instâncias da Justiça – eleitoral, cível e criminal. Uma atitude inaceitável de quem prova não ter limites em sua capacidade de mentir". A campanha informou ainda que pedirá a prisão de Marçal por falsificação de documento público e uso de documento falso.

Depois de ter o conteúdo removido pelo Instagram, Marçal fez um post citando a decisão da rede social em que disse: "Parabéns pela democracia de esquerda. Acha isso justo?".

Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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