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Guilherme Mazieiro

Saidinha: senador do PT pede liberação da bancada para derrubar veto de Lula

Veto deve ser analisado nesta quarta, 24, e expectativa é de que governo seja derrotado

24 abr 2024 - 05h00
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Lula durante café da manhã com jornalistas nesta terça-feira, 23
Lula durante café da manhã com jornalistas nesta terça-feira, 23
Foto: Wilton Júnior/Estadão

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) pediu à liderança do PT no Senado que libere a bancada para se posicionar contra o veto do presidente Lula (PT) ao projeto da “saidinha”. O texto de autoria do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi aprovado no Senado em fevereiro e na Câmara em março sem resistência do governo. A expectativa de parlamentares ouvidos pela coluna é de que o veto, pautado para sessão do Congresso desta quarta, 24, seja derrubado. 

O senador Contarato argumentou a seus correligionários que é a favor do fim do benefício e votará pela derrubada do veto. Em razão dessa divergência interna dele e de outros membros contra a saidinha, entende que o ideal é a liberação da bancada. Ou seja, que no momento da votação o líder Beto Faro (PT-PA) não posicione o partido nem pelo “sim”, nem pelo “não”.

Nos últimos dias, Contarato se reuniu com a bancada e articuladores do governo que defendem a manutenção do veto sob o argumento de que viola o princípio da dignidade humana. O capixaba não se convenceu dos argumentos e manterá sua posição. O senador cita como exemplo um caso hipotético de homicídio com condenação de 9 anos, que se o preso tiver reduções por tempo de cumprimento da pena, bom comportamento e trabalho, resultaria em um pouco mais de dois anos de reclusão, abaixo do que definido inicialmente pela Justiça.

Ele justifica que a restrição da saidinha deveria, inclusive, ser ampliada para crimes de corrupção, contra o sistema financeiro, hediondos, de tortura, tráfico de entorpecentes, terrorismo e racismo.

Contarato fez carreira como delegado da Polícia Civil e se posicionou publicamente pelo fim da saidinha. À época da votação do projeto no Senado ele ocupava a liderança da bancada e assim como o governo, liberou a bancada. O texto foi aprovado por 62 votos a favor, dois contrário - Rogério Carvalho (PT-SE) e Cid Gomes (PSB-CE) - e uma abstenção.

Além de Contarato, Augusta Brito (PT-CE) e Beto Faro (PT-PA) foram favoráveis ao projeto. Pelo PT, não votaram: Humberto Costa (PT-PE), Paulo Paim (PT-RS) e Teresa Leitão (PT-PE).

A liderança do PT no Senado informou à coluna na noite de terça, 23, que ainda não há definição sobre o posicionamento da bancada.

Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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