Sem indícios, deputado acusa ministérios de ligação com crime organizado e provoca bate-boca com Silvio Almeida
Deputado Gilvan da Federal (PL-ES) disse que os ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos têm ligação com o crime organizado
A reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados que ouvia o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, precisou ser encerrada em razão de um bate-boca e trocas de acusações, nesta terça, 5. O tumulto aconteceu no final da tarde quando o deputado bolsonarista Gilvan da Federal (PL-ES), sem indícios, acusou os ministérios dos Direitos Humanos e da Justiça e Segurança Pública de terem ligação com o Comando Vermelho, um dos principais grupos criminosos do país.
“Eu não vi nenhum posicionamento seu defendendo os presos do dia 8 de janeiro, não vejo nenhum posicionamento seu quando um policial é executado pelo Comando Vermelho, ao qual os ministérios de vossa excelência e do ministro Flávio Dino têm ligação”, disse o deputado ao ministro, afirmando que tentará instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar o caso.
A fala gerou revolta dos congressistas da base e do ministro, que rebateu chamando o deputado de “caluniador” e dando tapas na mesa.
“O senhor está sendo caluniador. Caluniador, prove o que o senhor falou”, disse Almeida.
Com os ânimos exaltados, o deputado e o ministro se levantaram das cadeiras e continuaram trocando acusações com dedos apontados. O tumulto levou a deputada Bia Kicis (PL-DF), presidente da comissão, a encerrar a audiência.
A afirmação do deputado Gilvan se baseia em uma reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo que revelou a presença de uma esposa de uma liderança do Comando Vermelho em uma reunião no Ministério da Justiça e Segurança Pública. No entanto, não há indícios ou investigações que indiquem que membros dos ministérios de Lula (PT) têm ligação com o Comando Vermelho.
A viagem de Luciane Barbosa Farias para o encontro nacional do Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura foi paga pelo ministério de Silvio Almeida. O evento aconteceu nos dias 6 e 7 de novembro. A pasta informou que a participação de Luciane se deu em razão da indicação do comitê estadual do Amazonas, que a escolheu como representante da região e a verba usada para o custeio das passagens já era destinada a este fim.
No posicionamento que deu à época, o ministério informou que "nem o Ministro, nem a secretária, nem qualquer pessoa do Gabinete do Ministro teve contato com a indicada ou mesmo interferiram na organização do evento que, insistimos, contou com mais de 70 pessoas do Brasil todo e que franqueou aos comitês estaduais a livre indicação de seus representantes".