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Guilherme Mazieiro

Tarcisio reforça apoio a Nunes contra Marçal; ex-coach rebate: ‘pare que tá feio'

Declaração do governador acontece em paralelo à atuação discreta de Jair Bolsonaro (PL) na campanha do emedebista.

4 set 2024 - 14h46
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Tarcísio de Freitas (Republicanos), que apoia Ricardo Nunes (MDB) na disputa à Prefeitura de São Paulo, diz que 'seria um desastre' ter prefeito ligado ao crime organizado.
Tarcísio de Freitas (Republicanos), que apoia Ricardo Nunes (MDB) na disputa à Prefeitura de São Paulo, diz que 'seria um desastre' ter prefeito ligado ao crime organizado.
Foto: Tiago Queiroz/Estadão / Estadão

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu a candidatura do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e disparou contra o concorrente Pablo Marçal (PRTB), dizendo que o ex-coach é “a porta de entrada para o [Guilherme] Boulos”, que está na disputa pelo Psol com apoio de Lula (PT) e do PT. A declaração de Tarcísio acontece em paralelo à atuação discreta de Jair Bolsonaro (PL) na campanha do emedebista.

Marçal rebateu dizendo para o governador defender o “bananinha”, em referência a Nunes, mas para não tocar em seu nome. “Isso é desonra para os conservadores”, declarou.

O governador ilustrou uma das peças de propaganda do prefeito na TV e no rádio nesta quarta, 4. No material, ele disse que “não quer que a esquerda ganhe”. “Não quero Boulos. E hoje o Pablo é a porta de entrada para o Boulos” citando uma pesquisa da Quaest que mostra a vitória do psolista sobre Marçal em um eventual segundo turno.

Os partidos de Tarcísio, Republicanos, e de Jair Bolsonaro, PL, estão na coligação de Nunes, que reúne outroas siglas de centro e de direita:  PSD, Solidariedade, Podemos, Avante, PRD, Mobiliza e União Brasil. E um dos motivos de Marçal criticar a candidatura de Nunes e o apoio do bolsonarismo ao prefeito é a coligação ter quadros tradicionais da política paulista, que segundo ele, não representam os interesses do eleitorado conservador.

Marçal rebateu o vídeo do governador com postagens em redes sociais. No seu perfil do Instagram, disse que Tarcísio “sempre buscou a neutralidade e agora que resolveu mostrar a sua paixão foi pelo movimento comunista do Brasil, a maior coligação anti liberdade da história”.

Na mesma postagem, Marçal comentou: “ponto eletrônico no ouvido, lendo teleprompter e passando zero credibilidade para o povo de São Paulo. Pare que tá feio irmão”, marcando o perfil de Bolsonaro no comentário e pedindo que o governador siga os conselhos do ex-presidente. “Não enterre os votos que ele te deu”, concluiu.

Durante a manhã, em sabatina ao UOL e à Folha de S. Paulo, Marçal já havia disparado contra Tarcísio.

“Tarcísio é uma criatura feita pela transmissão de votos do Bolsonaro. Ele vai ter um problema eleitoral muito sério em 2026 se ele continuar nessa de me atacar. Porque eu tenho representado essa frente do conservadorismo. Essa frente não tem dono, mas eu sou um representante forte aqui em São Paulo”, afirmou Marçal na entrevista.

Disputa pela base bolsonarista

A candidatura de Marçal promoveu uma tensão no núcleo duro do bolsonarismo, pela percepção de que ele atrai mais votos do eleitorado conservador e de extrema direita do que Nunes. Nesse cenário, o ex-coach e os filhos de Bolsonaro trocaram acusações e ataques nas redes sociais. O vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL) chegou a pedir votos para Marina Helena (Novo) contra Nunes e Marçal. Durante as trocas de ofensas, Tarcísio postou um vídeo de Bolsonaro pedindo voto a Nunes.

Diante do temor de mais tensionamento político, Marçal e Carlos anunciaram que tinham se acertado e evitaram ataques nos últimos dias.

A percepção dos políticos bolsonaristas, de que Marçal puxa mais votos da base bolsonarista e que Bolsonaro não consegue direcionar seu eleitor a Nunes foi reforçada pela pesquisa Datafolha. O levantamento publicado no dia 22 de agosto mostrou que subiu o apoio a Marçal entre os eleitores do ex-presidente, passando de 29% para 44%. E Ricardo Nunes, que é o candidato oficialmente apoiado por Bolsonaro, encolheu de 38% para 30%.

Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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