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Guilherme Mazieiro

Todas as provas indicam que Bolsonaro sabia da trama golpista, diz chefe da PF

Andrei Rodrigues participou de um café da manhã com jornalistas nesta quarta, 4, em Brasília

4 dez 2024 - 12h51
(atualizado às 13h27)
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Diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, em bate-papo com jornalistas
Diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, em bate-papo com jornalistas
Foto: Guilherme Mazieiro/Terra

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que todos os elementos de prova colhidos pela investigam indicam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia da trama golpista. A declaração foi dada durante um café da manhã com jornalistas nesta quarta, 4, em Brasília, do qual o Terra participou.

“Todos os elementos de prova indicam que sim, os ex-presidente [Jair Bolsonaro] sabia da trama golpista por isso, por isso, isso. Depoimento, troca de mensagens. É uma investigação muito responsável. Não são 'vozes da minha cabeça'. Tudo que está posto ali tem sustentação fática”, disse Rodrigues.

O delegado disse que a investigação reuniu indícios de prova dos investigados considerando deslocamento de antenas, dados de impressão de documentos, quebras de sigilo e outras análises periciais.

Lacunas na investigação

Ao ser questionado sobre lacunas da investigação sobre o plano de assassinato da chapa eleita, Lula (PT), Geraldo Alckmin (PSB), e do então presidente do Tribunal Superior Eleitora (TSE), Alexandre de Moraes, o delegado ressaltou que o indiciamento não é sobre o crime de homicídio.

Algumas das questões não respondidas são, por exemplo, quem estaria usando o codinome “Juca”, o quarto alvo do plano de homicídio e de quem partiu a ordem para abortar o plano de assassinato.

"A organização criminosa não era para cometer assassinato. Era para cometer crimes de abolição violenta e golpe de Estado. Acho que aí, não há lacuna nenhuma", afirmou o diretor-geral.

"É um processo [de investigação] complexo, mas ao mesmo tempo, diria que é um inquérito que talvez, com a devida distância do tempo, a gente vai reconhecer o documento histórico que trouxe de fato, todo o desenho desse cenário posto para um golpe de Estado”, complementou.

No final de novembro, a PF indiciou Bolsonaro e mais 36 pessoas por golpe de Estado, associação criminosa, violência política e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Segundo a investigação, o golpe não se consumou por "circunstâncias alheias" à vontade de Bolsonaro.

O diretor-geral também falou sobre o plano de instalar um gabinete de crise para consumar o golpe. "O gabinete de crise ele servia para conter a crise para manter o mandatário no poder. Agora, se a defesa vai dizer que era o golpe dentro do golpe, aí é um problema que não diz respeito à Polícia Federal", declarou Rodrigues.

Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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