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"Há mais perguntas do que respostas", diz partido sobre governo de Milei

A Fundação Pensar, o think tank do PRO liderado por Mauricio Macri, publicou um relatório em que faz uma crítica pública à gestão do presidente Javier Milei

1 jul 2024 - 21h24
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A Fundação Pensar, o think tank do PRO liderado por Mauricio Macri, publicou um relatório em que faz uma crítica pública à gestão do presidente Javier Milei e seu partido La Libertad Avanza. O documento de 39 páginas examina detalhadamente os primeiros seis meses da administração de Milei sob diversos ângulos e faz uma crítica indireta a Patricia Bullrich, rival do ex-presidente na interna do partido.

Javier Milei
Javier Milei
Foto: Cedoc Perfil / Perfil Brasil

Embora o documento destaque o rumo econômico impulsionado por Milei através do ministro e amigo de Macri, Luis "Toto" Caputo, também apresenta críticas sobre vários aspectos da gestão, algo que até o momento não havia ocorrido dentro do partido que garantiu a vitória do libertário no segundo turno eleitoral.

Entre os pontos de crítica está a relação conflituosa que o chefe de estado manteve com o Congresso, particularmente durante a tramitação do DNU 70/2023 e os debates sobre a Lei Bases. "Há mais perguntas do que respostas", pontua o texto assinado por Macri e María Eugenia Vidal, que preside a fundação.

O relatório se estrutura em quatro capítulos que abordam aspectos-chave como economia, política e impacto social das políticas implementadas pelo governo de Milei. Desde a introdução, sublinha-se uma avaliação mista dos êxitos macroeconômicos, destacando o déficit fiscal zero como um dos "melhores números desde 2008" e uma redução notável na taxa de inflação, a mais baixa em 28 meses.

"Confiamos que este relatório significará uma contribuição valiosa para a reflexão e o debate dos grandes desafios que a Argentina enfrenta hoje".

No entanto, o relatório não se detém nos elogios. Alerta sobre os efeitos negativos dessas políticas, como "a queda na atividade econômica, no emprego e nos rendimentos", apontando que esses aspectos continuam sendo motivo de preocupação e que ainda não mostram sinais claros de recuperação. Levanta a questão crucial sobre se o plano libertário de Milei "terá sucesso ou não" a longo prazo.

"A atividade e o emprego continuam caindo e ainda não conseguem se recuperar. Os rendimentos não conseguem superar a inflação acumulada e arrastam o consumo", diz o texto.

No que diz respeito à gestão política, o relatório critica a capacidade do governo de Milei para construir consensos e avançar sua agenda no Congresso, apontando diretamente Guillermo Francos, chefe de Gabinete, como responsável implícito por essas dificuldades. "É viável o processo de mudança profunda iniciado, considerando o nível de conflitualidade social e a fraqueza legislativa do governo?", acrescenta o texto.

*Leia a matéria completa (em espanhol) em Perfil.com

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