"Há mais perguntas do que respostas", diz partido sobre governo de Milei
A Fundação Pensar, o think tank do PRO liderado por Mauricio Macri, publicou um relatório em que faz uma crítica pública à gestão do presidente Javier Milei
A Fundação Pensar, o think tank do PRO liderado por Mauricio Macri, publicou um relatório em que faz uma crítica pública à gestão do presidente Javier Milei e seu partido La Libertad Avanza. O documento de 39 páginas examina detalhadamente os primeiros seis meses da administração de Milei sob diversos ângulos e faz uma crítica indireta a Patricia Bullrich, rival do ex-presidente na interna do partido.
Embora o documento destaque o rumo econômico impulsionado por Milei através do ministro e amigo de Macri, Luis "Toto" Caputo, também apresenta críticas sobre vários aspectos da gestão, algo que até o momento não havia ocorrido dentro do partido que garantiu a vitória do libertário no segundo turno eleitoral.
Entre os pontos de crítica está a relação conflituosa que o chefe de estado manteve com o Congresso, particularmente durante a tramitação do DNU 70/2023 e os debates sobre a Lei Bases. "Há mais perguntas do que respostas", pontua o texto assinado por Macri e María Eugenia Vidal, que preside a fundação.
🔹La Fundación Pensar, el tanque de ideas (think tank, en inglés) del PRO liderado por Mauricio Macri, publicó un informe donde desliza una crítica pública contra la gestión del presidente Javier Milei y su partido La Libertad Avanza. El documento de 39 páginas examina… pic.twitter.com/UpNANCNMId
— Perfil.com (@perfilcom) July 1, 2024
O relatório se estrutura em quatro capítulos que abordam aspectos-chave como economia, política e impacto social das políticas implementadas pelo governo de Milei. Desde a introdução, sublinha-se uma avaliação mista dos êxitos macroeconômicos, destacando o déficit fiscal zero como um dos "melhores números desde 2008" e uma redução notável na taxa de inflação, a mais baixa em 28 meses.
"Confiamos que este relatório significará uma contribuição valiosa para a reflexão e o debate dos grandes desafios que a Argentina enfrenta hoje".
No entanto, o relatório não se detém nos elogios. Alerta sobre os efeitos negativos dessas políticas, como "a queda na atividade econômica, no emprego e nos rendimentos", apontando que esses aspectos continuam sendo motivo de preocupação e que ainda não mostram sinais claros de recuperação. Levanta a questão crucial sobre se o plano libertário de Milei "terá sucesso ou não" a longo prazo.
"A atividade e o emprego continuam caindo e ainda não conseguem se recuperar. Os rendimentos não conseguem superar a inflação acumulada e arrastam o consumo", diz o texto.
No que diz respeito à gestão política, o relatório critica a capacidade do governo de Milei para construir consensos e avançar sua agenda no Congresso, apontando diretamente Guillermo Francos, chefe de Gabinete, como responsável implícito por essas dificuldades. "É viável o processo de mudança profunda iniciado, considerando o nível de conflitualidade social e a fraqueza legislativa do governo?", acrescenta o texto.
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