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História de comunidade indígena premiada em Cannes chega aos cinemas brasileiros

A Flor do Buriti conta as batalhas diárias da comunidade indígena Krahô. A obra, sob direção de Renée Nader Messora e João Salaviza, estreia nesta quinta-feira (4)

4 jul 2024 - 14h48
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Imagine um céu embriagado de estrelas, longe das luzes da cidade, onde o som de um maracá se entrelaça com cânticos em krahô (povo indígena), decorando as cores das flores. É desse modo envolvente e profundamente cultural que nasce "A Flor do Buriti", uma obra cinematográfica que conquistou os holofotes no prestigiado Festival de Cannes e agora chega aos cinemas nacionais nesta quinta-feira (4).

História de comunidade indígena premiada em Cannes chega aos cinemas brasileiros
História de comunidade indígena premiada em Cannes chega aos cinemas brasileiros
Foto: Divulgação / Perfil Brasil

A co-diretora Renée Nader Messora reflete sobre a profundidade xamânica que o maracá traz para o filme, comparando-o a um acelerador de partículas, como aponta o antropólogo Viveiros de Castro. Essa visão realça o papel do xamanismo nas sociedades indígenas, approach que se contrapõe à ciência nas culturas ocidentais.

Como a história do povo indígena brasileiro foi recebida em Cannes?

O longa foi apresentado no emblemático Cinema Claude Debussy, um ponto de encontro de uma das maiores celebrações do cinema mundial em Cannes. Ali, uma predominância de atores indígenas das comunidades krahô do norte de Tocantins expressou suas narrativas através de suas línguas e costumes, diante de uma audiência internacional, detalha Renée. Essa exposição em um palco global ressalta a importância e o respeito pelas diversas culturas e modos de vida.

Como foi o processo de criação de A Flor do Buriti?

Segundo reportagem de Agência Brasil,  processo de criação de do filme estendeu-se por 15 meses, fruto de um extenso trabalho de capacitação audiovisual desenvolvido pelos diretores João Salaviza e Renée Nader Messora nos territórios krahô. Segundo Renée, o interesse da comunidade em aprender sobre cinema e fotografia foi decisivo para o envolvimento e sucesso do projeto, que também gerou o filme "Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos".

Qual luta indígena aparece no filme?

O enredo de "A Flor do Buriti" toca em acontecimentos históricos significativos, como um massacre em 1940 e a formação de uma milícia indígena durante a ditadura militar em 1969. Estes eventos são retratados pelos próprios indígenas, contextualizando as lutas atuais pela preservação de suas terras e cultura. A narrativa evolui mostrando as batalhas diárias da comunidade, a apropriação de novas tecnologias como drones para proteger territórios, destacando a constante interação e a força do coletivo indígena na narrativa cinematográfica.

A inovadora abordagem de roteiro, com uma equipe parcialmente composta por indígenas, também propõe uma linguagem única. Essa proximidade cultural permite que o filme se desdobre em múltiplas perspectivas, fundindo tempo e espaço de maneiras pouco convencionais, e expondo a rica tapeçaria de mitos e visões de mundo da comunidade krahô.

Perfil Brasil
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