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Hospital e pais brigam por local da morte de Charlie Gard

25 jul 2017 - 12h18
(atualizado às 12h25)
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Os pais do bebê britânico Charlie Gard, que sofre de uma doença terminal, acusaram nesta terça-feira o hospital em que o menino está internado de criar obstáculos para que Charlie morra em casa, mas o hospital disse que gostaria de satisfazer o desejo do casal "se fosse prático".

O sofrimento do bebê de 11 meses, que tem uma condição genética extremamente rara que causa o enfraquecimento progressivo de seus músculos e danos cerebrais, tem sido o centro de uma prolongada disputa entre seus pais e o hospital Great Ormond Street.

Charlie Gard, o bebê que gerou debate:

O caso trágico conquistou empatia internacional, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o papa Francisco entre aqueles que se manifestaram a respeito.

Os pais de Charlie, Chris Gard e Connie Yates, abandonaram na segunda-feira sua luta judicial para prolongar a vida do filho, que eles queriam levar para os Estados Unidos para receber um tratamento experimental jamais testado em alguém com a mesma condição.

Entretanto, médicos do hospital Great Ormond Street defenderam que o tratamento não tinha nenhuma chance realista de ajudar Charlie e que apenas prolongaria seu sofrimento.

Ambas as partes voltaram à Suprema Corte de Londres nesta terça-feira, dessa vez em uma audiência para decidir como serão desligados os equipamentos que mantêm Charlie vivo.

O advogado do casal, Grant Armstrong, disse que o hospital está colocando obstáculos no caminho do desejo final dos pais de levar seu filho para casa.

Pais do bebê Charlie Gard concordam em deixá-lo morrer:

"Nós lutamos com as dificuldades que o hospital está colocando no caminho dos pais de terem um... pequeno período de tempo antes do ato final da curta vida de Charlie", disse Armstrong ao tribunal.

Minutos depois, a advogada representante do Great Ormond Street disse que o casal rejeitou uma oferta de mediação e que o hospital gostaria de realizar o desejo dos pais de Charlie "se fosse prático".

"O plano de cuidado precisa ser seguro, precisa privar Charlie de toda a dor e precisa proteger sua dignidade. Ao mesmo tempo, o plano precisa honrar os desejos de seus pais sobre duas questões em particular, especificamente o tempo e o lugar de seu falecimento", escreveram os advogados do hospital em um documento apresentado no tribunal.

O documento afirma que o equipamento de ventilação que Charlie precisa só poderia ser fornecido em um hospital. Entre outros problemas práticos, disse, a ventilação não passaria pela porta da casa de Charlie.

"Charlie é uma criança que requer um tratamento altamente especializado. Seu tratamento não pode ser simplificado. Ele precisa ser fornecido em um ambiente especializado por especialistas", disse.

Pais do bebê Charlie Gard
Pais do bebê Charlie Gard
Foto: Reuters
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