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Hunter Biden, filho do presidente dos EUA, é condenado por mentir sobre uso de drogas para comprar arma

11 jun 2024 - 12h39
(atualizado às 13h48)
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Hunter Biden, filho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi condenado por um júri nesta terça-feira por mentir sobre seu uso de drogas para comprar uma arma ilegalmente, um veredicto que os democratas devem usar para contrariar a argumentação do ex-presidente e candidato republicano à Presidência dos EUA, Donald Trump, que o Judiciário norte-americano está sendo usado como uma arma contra ele.

Um júri em Wilmington, no Estado norte-americano de Delaware, considerou Hunter Biden culpado de todas as três acusações feitas contra ele, o que faz dele o primeiro filho de um presidente norte-americano no cargo a ser condenado por um crime.

O veredicto do júri composto por 12 membros precisa ser unânime em cada uma das acusações.

Hunter Biden, de 54 anos, acenou levemente com a cabeça após a leitura do veredicto, mas não demonstrou nenhuma reação. Ele então deu um tapinha nas costas de seu advogado Abbe Lowell e abraçou outro membro de sua equipe jurídica.

Em seguida, deixou o tribunal sem fazer nenhuma declaração.

Seu pai, Joe Biden, emitiu uma declaração afirmando que aceitava o resultado do caso e que respeitaria o processo judicial enquanto seu filho considerava um recurso.

A juíza não definiu uma data para a sentença, mas acrescentou que o cronograma é geralmente de 120 dias. Isso a colocaria no máximo um mês antes da eleição presidencial de 5 de novembro nos EUA.

As diretrizes de sentença para as acusações de porte de arma são de 15 a 21 meses, mas especialistas jurídicos dizem que os réus em casos semelhantes geralmente recebem sentenças mais curtas e têm menos probabilidade de serem encarcerados se cumprirem os termos de sua liberdade provisória.

Cerca de 61% dos eleitores registrados que responderam a uma pesquisa Reuters/Ipsos em fevereiro disseram que os problemas legais de Hunter Biden não teriam impacto sobre a decisão de votar em seu pai em novembro. A pesquisa mostrou que os eleitores estão divididos sobre se os problemas legais de Hunter Biden estão relacionados ao serviço de seu pai como presidente.

O julgamento acontece após a condenação criminal em 30 de maio de Trump, o primeiro ex-presidente dos EUA a ser condenado por um crime e que desafiará Biden em sua tentativa de reeleição na eleição presidencial norte-americana marcada para 5 de novembro deste ano.

Trump, condenado por 34 acusações de falsificar registros empresariais para acobertar um escândalo sexual, acusa os democratas de usar este caso e outros três processos criminais aos quais responde para impedir que ele volte à Presidência em sua revanche com Joe Biden.

Os democratas do Congresso apontam casos, incluindo o processo de Hunter Biden, como prova de que Joe Biden não está usando o Judiciário para fins políticos ou pessoais, tendo dito na semana passada que não usaria o instrumento do perdão caso seu filho fosse condenado.

Em uma declaração na terça-feira, Joe Biden afirmou: "Como eu disse na semana passada, sou o presidente, mas também sou um pai. Jill e eu amamos nosso filho e temos muito orgulho do homem que ele é hoje. Muitas famílias que tiveram entes queridos lutando contra o vício entendem o sentimento de orgulho de ver alguém que você ama sair do outro lado e ser tão forte e resiliente na recuperação".

"Como eu também disse na semana passada, aceitarei o resultado desse caso e continuarei a respeitar o processo judicial enquanto Hunter considera uma apelação. Jill e eu sempre estaremos ao lado de Hunter e do resto de nossa família com nosso amor e apoio. Nada mudará isso."

O caso de Hunter Biden foi apresentado pelo procurador especial do Departamento de Justiça dos EUA David Weiss, nomeado por Trump.

Weiss também acusou Hunter Biden de três crimes e seis delitos fiscais na Califórnia, alegando que ele deixou de pagar 1,4 milhão de dólares em impostos entre 2016 e 2019, enquanto gastava milhões em drogas, acompanhantes, carros exóticos e outros itens caros.

Hunter Biden se declarou inocente dessas acusações. Um julgamento está agendado para 5 de setembro em Los Angeles.

O julgamento em Delaware incluiu o depoimento da ex-mulher, da ex-namorada e da cunhada de Hunter Biden, que relataram em primeira mão a espiral de seu vício nas semanas anteriores e posteriores à compra da arma em outubro de 2018.

Os promotores também mostraram mensagens de texto, fotos e registros bancários que, segundo eles, mostravam que Biden estava mergulhado no vício quando comprou a arma e, conscientemente, violou a lei ao responder "não" a um formulário de triagem do governo como usuário de drogas.

Os advogados de Biden tentaram mostrar que ele não estava usando drogas quando comprou a arma e não tinha a intenção de enganar porque não se considerava usuário de drogas quando preencheu o formulário.

A defesa chamou a filha de Hunter Biden Naomi Biden, que testemunhou que seu pai parecia estar bem quando ela o viu pouco antes e depois de ele ter comprado a arma.

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