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Igrejas do Sri Lanka suspendem missas

28 abr 2019 - 11h33
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Temor de novos atentados contra minoria cristã provocou suspensão de serviços religiosos neste domingo. Arcebispo contorna restrições realizando cerimônia solene transmitida pela TV.Igrejas em todo o Sri Lanka suspenderam a missa neste domingo (28/04) por temor de novos atentados contra a minoria cristã da nação insular, uma semana depois que terroristas islâmicos mataram mais de 250 pessoas no país em ataques suicidas a templos católicos e hotéis frequentados por estrangeiros.

A Igreja de Santo Antônio, em Colombo, um dos alvos dos atentados da semana passada
A Igreja de Santo Antônio, em Colombo, um dos alvos dos atentados da semana passada
Foto: DW / Deutsche Welle

O Sri Lanka permanece em alerta máximo desde os ataques no domingo de Páscoa. Cerca de 10 mil soldados espalhados pela ilha realizam buscas por membros de dois grupos islâmicos locais que são acusados de estarem por trás dos ataques. As sutoridades já prenderam mais de 100 pessoas desde os atentados.

Com as igrejas fechadas, o arcebispo de Colombo, cardeal Malcolm Ranjith, realizou uma missa solene especial, com acesso restrito, em um templo católico adjacente à sua casa. A cerimônia foi transmitida ao vivo pela televisão e rádio locais.

"Não podemos matar alguém em nome de Deus. Foi uma grande tragédia", disse o arcebispo em seu sermão. A missa contou com a presença do presidente do país, Maithripala Sirisena, do primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe, e do ex-presidente Mahinda Rajapaksa.

"Estendemos nossa mão de amizade e fraternidade a todos os nossos irmãos e irmãs de qualquer classe, sociedade ou religião que nos diferencie."

Depois do sermão, o arcebispo e os líderes políticos acenderam velas em homenagem às vítimas dos atentados suicidas.

No Sri Lanka a população cristã representa 7%, enquanto os budistas são cerca de 70%, os hinduístas 15% e os muçulmanos 11%.

Combate a grupos radicais

No sábado, o presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, anunciou o banimento de duas organizações fundamentalistas cujos membros são acusados de perpetrar os atentados.

Em um comunicado, Sirisena informou que "tomou medidas para proibir as organizações National Thawheed Jammath (NTJ) e Jamathei Millathu Ibraheem (JMI) no Sri Lanka".

Além disso, o presidente afirma que, dentro das regulações do estado de emergência vigente no país, adotou "medidas para proibir outras organizações extremistas que operam no Sri Lanka".

O NTJ e o JMI são duas organizações extremistas locais às quais as autoridades atribuíram a responsabilidade da série de ataques.

Os investigadores anteciparam suas suspeitas quanto a estes ataques, cometidos por pelo menos nove suicidas, terem sido cometidos em coordenação com o Estado Islâmico (EI), que já reivindicou a autoria dos atentados.

Uma fonte de inteligência disse que, de acordo com as investigações, o NTJ é uma organização de 40 ou 50 membros, situada na cidade de Kaththankudy, no extremo leste do Sri Lanka.

Por sua vez, o JMI é uma organização que cresceu com o incentivo do EI, liderada por Umey Mohammed, que criou em seguida um vínculo com um antigo líder do NTJ, com quem compartilhava suas ideias extremistas.

Também no sábado, ao menos 15 pessoas, incluindo seis crianças, morreram durante uma operação das forças de segurança do Sri Lanka contra um esconderijo de suspeitos de jihadismo.

Quando militares e policiais se preparavam para invadir o esconderijo, em uma casa no leste do país, três homens-bomba detonaram explosivos, matando seis crianças e três mulheres. "Eles (terroristas) explodiram com suas famílias", disse uma fonte militar.

"Outros três homens", também suspeitos de serem membros do grupo, morreram fora da residência, informou a polícia.

A operação na cidade de Kalmunai ocorreu após as autoridades receberem um alerta sobre a existência de uma casa onde pessoas ligadas aos atentados do dia 21 de abril estavam escondidas.

A chegada das forcas de segurança desencadeou um tiroteio que se estendeu por uma hora. Os corpos foram descobertos quando o confronto terminou, revelou o porta-voz do Exército Sumith Atapattu. As forças policiais não sofreram baixas.

JPS/efe/lusa/rt

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