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Infectados pelo coronavírus são quase 64 mil na China

País registra mais de 5 mil novos casos. Mais de 1.716 profissionais de saúde foram infectados, e seis deles morreram

14 fev 2020 - 08h19
(atualizado às 08h47)
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A Comissão Nacional de Saúde da China afirmou nesta sexta-feira (14/02) ter registrado 121 novas mortes e 5.090 novos casos do coronavírus Covid-19 no país no dia anterior, elevando o número total de infectados para 63.851.

Cerca de 55.748 pessoas estão sendo tratadas, enquanto 1.380 morreram em decorrência do vírus, que surgiu em dezembro em Wuhan, capital da província central de Hubei.

As autoridades contabilizaram 4.823 novos infectados em Hubei, elevando o número total de pacientes afetados na província para 55.748, concentrados em grande parte em Wuhan.

O aumento de casos ocorreu depois que as autoridades de saúde começaram a contar as infecções diagnosticadas através de novos métodos clínicos.

A nova forma de contagem inclui nas estatísticas oficiais casos diagnosticados clinicamente, por exemplo com o uso de tomografia. Até então, eram considerados casos confirmados apenas os comprovados por testes com ácido nucleico, que identificam informações genéticas para detectar o vírus, mas levam dias para serem processados.

O vice-ministro da Comissão de Saúde da China, Zeng Yixin, disse que 1.716 profissionais de saúde foram infectados e que seis deles morreram.

"Os deveres dos trabalhadores médicos são de fato extremamente pesados. Suas circunstâncias de trabalho e descanso são limitadas, as pressões psicológicas são grandes, e o risco de infecção é alto ", disse Zeng.

Atualmente, existem várias centenas de casos do novo coronavírus em 27 outros países além da China.

O ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, disse à DW que, na Europa, a detecção e a contenção do vírus estão funcionando bem. "Até agora se trata apenas de um surto epidêmico regional na China, mas precisamos ter certeza de que não se tornará uma epidemia real ou uma pandemia em todo o mundo", afirmou.

Yanzhong Huang, membro sênior de saúde global do Conselho de Relações Exteriores dos Estados Unidos, disse à DW que espera que novos casos do coronavírus diminuam entre o final de abril e o início de maio.

No Camboja, centenas de passageiros desembarcaram do navio de cruzeiro MS Westerdam, que chegou ao país após ser rejeitado por outros cinco portos, por temores de que algum de seus ocupantes esteja infectado pelo vírus.

A embarcação, operada pela companhia Holland America Line, ganhou permissão para atracar em Sihanoukville, principal porto marítimo cambojano.

O Westerdam, transportando 1.455 passageiros e 802 tripulantes, partiu de Cingapura em janeiro, parando em Hong Kong, cidade onde foram confirmados 53 casos do vírus e uma morte.

O navio partiu de Hong Kong em 1º de fevereiro e deveria ter chegado no último sábado a Yokohama, no Japão, mas as autoridades locais lhe negaram a atracagem, após um dos ocupantes apresentar sintomas compatíveis com os do Covid-19. Depois disso, Taiwan, Filipinas, Guam e Tailândia também rejeitaram o Westerdam. Entretanto, testes realizados no Instituto Pasteur, na capital cambojana, Phnom Penh, mostraram que nenhuma pessoa a bordo do navio tinha o vírus.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro do Camboja, Hun Sen, anunciou a autorização para o desembarque do cruzeiro, já que, segundo a companhia, ele não está em quarentena e não há motivo para suspeita de novos casos do coronavírus.

"A verdadeira doença é o medo, não o vírus. Queremos eliminar o medo da doença", disse o premiê ao Fresh News, um serviço de notícias online associado a seu governo. Ele disse que permitiu que o navio atracasse por razões humanitárias.

Ao contrário de muitos países asiáticos, o Camboja não proibiu voos diretos para a China. Sen disse que uma interrupção no serviço prejudicaria as relações bilaterais entre os dois países.

As autoridades japonesas começaram a liberar, também nesta sexta-feira, o desembarque das pessoas a bordo do navio Diamond Princess, em quarentena desde 3 de fevereiro. Elas estão sendo levadas para continuar em esquema de quarentena em alojamentos preparados pelo governo.

Os passageiros idosos com problemas de saúde ou confinados a cabines internas sem janelas foram avisados de que podem sair. Mas só aqueles que, com testes negativos, tiveram permissão para desembarcar.

Dos 3.700 ocupantes do navio, ao menos 218 foram diagnosticados com Covid-19.

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