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Influenciadoras evangélicas crescem nas redes com conteúdos entre looks do culto e testemunho de fé

Elas adaptam as tendências das redes sociais para suas experiências religiosas, desafiam preconceitos e mostram ao mundo que dá pra ser estilosa; conheça

23 dez 2023 - 17h10
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"Look do dia" e "arrume-se comigo" são tendências nas redes sociais há um bom tempo. Hoje, cada vez mais, para parte dos usuários, as tags ganharam contornos religiosos e se transformaram em "look do culto" e "arrume-se comigo para ir ao culto". As responsáveis são influenciadoras que cuidam da aparência externa e falam disso em suas contas, mas direcionam suas publicações para cristãs evangélicas - algumas católicas também.

Segundo o o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 1990 e 2010, a proporção de pessoas evangélicas subiu de 9% da população em 1990 para 22,2% em 2010 (o recorte do Censo de 2022 não foi divulgado).

Apesar de o número de evangélicos aumentar, ainda é comum ouvir que este público seria um nicho ou que mulheres cristãs teriam um visual menos cuidadoso. "As pessoas ainda têm esse preconceito de que cristão se veste de forma brega, não sabe se vestir, não tem roupa adequada", conta a também influenciadora Yarla Bruna (@yarlabruuna), 27.

Yarla prefere acreditar que é possível se arrumar sem perder a elegância e, ainda assim, dar testemunho de sua fé. "Eu amo quebrar esse tabu e trazer (para as redes) que, sim, nós cristãs podemos ser bem arrumadas e nos manter firmes nos nossos princípios", continua. Ela relata não ter dificuldade entre equilibrar a vida religiosa e a exposição nas redes, mas também se esforça em não aceitar trabalhos que possam colocar em dúvida as suas seguidoras.

Se os 'haters' não aparecem - só quando um ou outro conteúdo viraliza -, as três também contaram receber muitas mensagens de carinho, de gente que encontra nas influenciadoras um exemplo de fé, além das dicas de moda e beleza. "Já recebi relatos de que o relacionamento com o marido mudou, de pessoas que não usavam mais vestidos porque estava acima do peso", lembra Renata, que diz ser uma mulher fora dos padrões e que ajuda outras como ela a se sentirem bem.

Servindo dois senhores? De forma alguma

Elas contam que estar no Instagram dessa forma também é uma maneira de dar testemunho de sua fé. "Eu sou a mesma pessoa dentro e fora da igreja, meu testemunho é o que eu falo, minhas vestes", admite Renata.

Yarla, por exemplo, relata que já chegou a pensar em desistir, mas recebeu uma mensagem de uma seguidora contando que conseguiu passar por uma depressão mais facilmente depois de conhecê-la. "Ela me contou um pouco de sua história e que minha maneira de viver trouxe a ela ânimo para cuidar da casa, se vestir, ler a palavra, fazer devocional, foi como uma resposta de Deus para que eu pudesse continuar, porque muitas vidas estavam sendo alcançadas", diz a jovem.

Até porque, como muitos religiosos acreditam, testemunhar sua fé no mundo é uma maneira importante de mostrar às outras pessoas que o estilo de vida que elas escolheram é possível. "Eu acho que o mais milagroso (desse trabalho) é poder criar amizades com as pessoas que te seguem. Elas comentam nossas fotos e acabam vendo em mim uma amiga para poder desabafar sobre o que estão passando no dia a dia, as dificuldades, pedem conselhos, porque às vezes elas não têm esse apoio entre as pessoas mais próximas", finaliza Thais.

Estadão
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