Críticas ao regime

Caixa de doação do dízimo espalhada pelo governo por diversas áreas de Teerã

“É odioso ver como este governo trata as mulheres, como elas são obrigadas a se vestir e tudo o que são proibidas de fazer”, conta também uma artista plástica de Teerã. “Eu, por exemplo, não sou religiosa e jamais usaria o véu se não fosse forçada a isso. Há uma onda de liberalismo centrada principalmente em Teerã e eu realmente não creio que este regime continuará estável por muito mais tempo – as pessoas estão revoltadas e as primeiras rachaduras começam a aparecer dentro do regime”, diz a jovem em seu atelier próximo à região central de Teerã.

Ela se refere aos recentes e pouco divulgados desentendimentos entre o presidente Mahmoud Ahmadinejad e o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo religioso do país. As desavenças políticas entre os dois ficaram mais claras a partir de maio de 2011, quando Ahmadinejad se recusou a acatar a ordem do líder religioso para que reinstaurasse a seu posto um ministro que havia demitido.

Indagado sobre a disputa política no país, Arman, um taxista de Teerã, é incisivo: “Odeio esse bando de políticos que só se interessam pelo poder e pelos seus próprios bolsos, mas também detesto o regime islâmico. O que quero realmente é que me deixem em paz para trabalhar, viver minha vida – e por que não? – poder tomar uma cerveja de verdade e com álcool com meus amigos”.

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