De Fidel a Sarkozy: os amigos poderosos de Lula

A escolha da Argentina como destino da primeira viagem de Lula como presidente eleito, ainda em dezembro de 2002, não foi por acaso: ao longo dos oito anos de seu governo, Lula fortaleceu as relações com os países vizinhos e se posicionou como o principal líder da América Latina. Ele foi um dos articuladores da aproximação da Venezuela com o Mercosul e intermediou a solução de crises diplomáticas entre o líder venezuelano, Hugo Chávez, e o ex-presidente colombiano, Álvaro Uribe, e entre este e o presidente equatoriano, Rafael Correa.

De 2003 a 2010, Lula fez quatro viagens oficiais a Cuba, nas quais assinou acordos comerciais e estreitou os laços de amizade com o líder da revolução cubana, Fidel Castro. No período, o presidente brasileiro tornou-se, ao lado de Hugo Chávez, um dos principais defensores do fim do embargo econômico à ilha.

Lula também manteve encontros constantes com os líderes dos principais países europeus, como a rainha da Inglaterra, Elizabeth II, o Rei Juan Carlos, da Espanha, e os premiês Angela Merkel, da Alemanha, e Silvio Berlusconi, da Itália. Nas viagens oficiais, o presidente conquistou apoio para o pleito brasileiro de garantir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Mas nenhum líder europeu se aproximou tanto de Lula como o presidente francês, Nicolas Sarkozy. A relação entre os dois se estreitou em dezembro de 2008, quando foi anunciado o Ano da França no Brasil. Em 2009, Sarkozy foi convidado a participar das comemorações do Dia da Independência do Brasil. Durante a celebração, em 7 de setembro, Lula anunciou a compra de 36 caças franceses para a Força Aérea Brasileira. Desde então, Sarkozy tornou-se o principal aliado brasileiro na política internacional, auxiliando Lula na apresentação de propostas para a solução dos problemas climáticos e prestando apoio ao acordo nuclear frustrado com o Irã.