O protocolo do cargo foi rapidamente abandonado por Lula após a posse. A leitura de discursos cuidadosamente redigidos, artifício indispensável por seus sucessores, foi pouco adotada pelo petista, principalmente em eventos de programas sociais de seu governo. Em muitas ocasiões, o discurso estava pronto, impresso, na frente do presidente, e ele o ignorava.
O improviso, claro, deu brecha para as gafes. Em julho de 2010, no lançamento da campanha brasileira de turismo para a Copa do Mundo de 2014, na África do Sul, Lula chamou o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, de governador. Alertado, ele tentou corrigir com bom humor: "hoje ainda não é governador, mas um dia vai ser".
E, no calor do momento, também escaparam da boca do presidente palavras de baixo calão. Em dezembro de 2009, Lula disse, em discurso sobre saneamento básico, que queria "tirar o povo da merda". Um ano antes, o termo "sifu", usado pelo chefe de Estado em um discurso, teria sido omitido pela Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto na transcrição. No texto, foi colocado como "inaudível", mas o termo foi acrescentado mais tarde.