No front internacional

Com a postura de buscar o relacionamento tanto com judeus como muçulmanos ao longo de seus dois mandatos, Lula se colocou como possível mediador do conflito no Oriente Médio. Apesar das críticas aos encontros com líderes polêmicos, como o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e o presidente da Líbia, Muamar Kadafi, Lula não fechou as portas a Israel, fazendo a primeira viagem oficial de um presidente brasileiro à Terra Santa, em março de 2010.

Em abril daquele ano, a Autoridade Nacional Palestina (ANP) solicitou a "intervenção" do Brasil, da Índia e da África do Sul nas negociações para a solução do conflito na região. Em novembro, a pedido do presidente da ANP, Mahmoud Abbas, Lula enviou uma carta em que reconhecia o Estado Palestino nas fronteiras de 1967. A medida foi alvo de críticas por parte do governo israelense e de legisladores americanos, que a classificaram de "extremamente imprudente" e "lamentável".

A aproximação de Lula com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, rendeu o episódio de maior destaque da diplomacia brasileira. Em acordo costurado por Lula e pelo primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, o Irã concordou em enviar urânio para ser enriquecido no exterior, na tentativa de evitar uma nova rodada de sanções do Conselho de Segurança da ONU.

O acordo foi comemorado por Lula como uma "vitória da diplomacia", mas foi recebido com cautela e ceticismo por grande parte da comunidade internacional. Um mês depois, o Brasil se posicionou contrário à aplicação de novas sanções ao Irã, mas não evitou a aprovação da medida na ONU.