Lula viu na área metalúrgica, em expansão na região à época, a oportunidade de ter uma profissão. Estudou no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), formando-se torneiro mecânico. A partir de então, começou a trabalhar em indústrias da região do ABC paulista.
Foi este trabalho braçal que custou uma mutilação. Ainda adolescente, Lula teve o dedo mínimo esmagado por um torno mecânico. De personalidade forte, ele chegou a ser demitido porque se recusou a trabalhar aos sábados.
O Brasil vivia a época da ditadura militar quando, em 1968, Luiz Inácio da Silva filiou-se ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e logo chamou a atenção dos companheiros por seu espírito de liderança e carisma.
Convencido pelo irmão José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, Lula aceitou participar da diretoria da entidade sindical. Após ocupar diferentes cargos na instituição, elegeu-se presidente em 1975, sendo reeleito em 1978, e passou a representar 100 mil trabalhadores. Os sindicatos dos trabalhadores da região do ABC participaram ativamente, por meio de movimentos grevistas, das contestações ao regime militar brasileiro e da luta por mais direitos e melhores salários para os trabalhadores no final dos anos 1970, quando Lula já era o principal líder sindical.
Em 10 de fevereiro de 1980, Lula ajudou a fundar o PT, que representava a união de centenas de milhares de pessoas ligadas aos movimentos sindicais, comunidades eclesiais de base da igreja católica, grupos de esquerda e intelectuais.