Em busca do solo sagrado: história e geografia da luta pela Palestina no século XX
Território conhecido, povoado e disputado há mais de 2 mil anos, Palestina é a região que, hoje em dia, comprime a luta de dois povos de religiões distintas por uma terra considerada igualmente sagrada por ambos. Reclamado por árabes em 1914 e ambicionado por turcos e europeus, o território foi e continua sendo alvo de tratados, disputas e controvérsias
EM BUSCA DO SOLO SAGRADO: HISTÓRIA E GEOGRAFIA DA LUTA PELA Palestina NO SÉCULO XX
Território conhecido, povoado e disputado há mais de 2 mil anos, Palestina é a região que, hoje em dia, comprime a luta de dois povos de religiões distintas por uma terra considerada igualmente sagrada por ambos. Reclamado por árabes e judeus e ambicionado por turcos e europeus, o território foi e continua sendo alvo de tratados, disputas e controvérsias
1914
Primeira Guerra Mundial
No início do século XX, a região da Palestina se encontrava dentro das posses do Impédio Otomano (1299-1923), última grande potência do Oriente Médio. Muitas posses otomanas, porém, funcionavam de modo relativamente autônomo, sem ingerência direta de Istanbul. Enfraquecidos às vésperas da Primeira Guerra Mundial (1914-18), os otomanos buscavam modernizar-se e tomar parte no comércio europeu, razão que os levou entrar no conflito ao lado da Alemanha. As áreas otomanas no mundo árabe eram havia muito ambicionadas pelos europeus, e a Guerra ensejaria radicais transformações na geopolítica do Oriente Médio
1916
Acordo Sykes-Picot
Em 1916, quando a Primeira Guerra Mundial ainda não via fim próximo, o Reino Unido e a França - os dois protagonistas que lutavam contra a Alemanha e o Império Otomano - já debatiam sobre a partilha de territórios no Oriente Médio. Um emblema disto foi o Acordo Sykes-Picot, assinado em segredo pelos diplomatas Sir Mark Sykes e François Georges-Picot, com o apoio da Rússia, sobre o rateio de zonas de influência nas populações árabes. Decido a atritos nas negociações, o acordo não foi inteiramente tornado realidade após a guerra, mas ajudou a definir as fronteiras contemporâneas da Palestina, que, por Sykes-Picot, seria um território internacional
1920
Mandato britânico
Um dos Vencedores da Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido tornou-se o mandatário da região da Palestina a partir da década de 20. Com o aval da Liga das Nações em 1922, o Mandato britânico para a Palestina vigorou de 1923, seu início oficial, até 1948. Pelo mandato, o Reino Unido exercia controle direto sobre a Palestina (território hoje ocupado por Israel e pelos palestinos), e mantinha a Transjordânia (hoje Jordânia e Arábia Saudita) como um território autônomo, comandado pelo clã árabe hashemita do Reino do Hejaz
1947
Plano de divisão da ONU
Ao término da Segunda Guerra Mundial, a recém criada Organização das Nações Unidos (ONU) aprovou, na Assembleia Geral de novembro de 1947, o Plano de divisão da Palestina. De acordo com ele, criar-se-iam um Estado judeu e um Estado árabe, enquanto que Jerusalém, disputada pelos dois lados, tornar-se-ia uma cidade internacional. O plano foi bem recebido pelos judeus, mas criticado pelos árabes. À época, a população era 33% judia (600 mil) e 67% árabe (1,200 milhões de habitantes)
1949
Armistício
Em 1948, terminou o mandato britânico sobre a Palestina e foi oficialmente fundado o Estado de Israel. Com a saída da presença externa, acirraram-se as tensões locais, levando à guerra árabe-israelense de 1949. O conflito terminou no mesmo ano, quando Israel assinou com Egito, Síria, Líbano e Jordânia um armistício que realocava a presença militar na região e diminuía a presença árabe na Palestina, formando fronteiras próximas às atuais Faixas de Gaza e Cisjordânia, cujos territórios recairiam, respectivamente, ao Egito e à Jordânia. A cidade de Jerusalém ficou dividida entre uma parte judia e uma parte árabe
1967
Guerra dos Seis Dias
Em 1967, Israel e seus vizinhos árabes voltaram a entrar em conflito. Avançando rapidamente sobre as fronteiras, o exército israelense ocupou quatro territórios: as Colinas de Golã, da Síria; a Cisjordânia, da Jordânia; e a Faixa de Gaza e a península desértica do Sinai, do Egito. Na tomada da Cisjordânia, Israel tomou controle de grande parte de Israel, expulsando os árabes da Cidade Sagrada
1982
Devolução do Sinai
Em 1979, o presidente egípcio Anwar al Sadat e o premiê israelense Menachem Begin puseram fim a longas ngociações e assinaram um tratado de paz em Washington, acompanhados do presidente Jimmy Carter. Três anos depois, em 1982, Israel completa a retirada completa das tropas do Sinai
1993
Acordos de Oslo
Em 1993, palestinos e israelenses sentaram frente à frente em Oslo, na Noruega, para tentar dar um passo em direção à solução do conflito na Palestina. o resultado foi a Declaração dos Princípios sobre Arranjos de Autogoverno. A principal consequência do acordo foi a criação da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e o aumento da autonomia dos árabes nas áreas ocupadas por Israel em 1967. Em 2005, Israel completou a retirada de tropas da Faixa da Gaza, que, em 2007, passaria a ser controlada pelo partido Hamas, vencedor das eleições Palestinas