Um dos momentos mais dramáticos da economia brasileira, a crise da desvalorização do Real no dia 13 de janeiro de 1999 culminou na demissão do então presidente do Banco Central (BC) Chico Lopes e na revelação de um esquema, que teria favorecido pelo menos 24 instituições financeiras através de informações privilegiadas. Na crise, Chico vendeu a bancos, segundo informações da Polícia Federal, dados sigilosos sobre juros e câmbios. Os valores recebidos por ele seriam depositados em uma conta no Bank of New York, nos Estados Unidos.
Na ocasião, o dono do Banco Marka, Salvatore Cacciola, grampeou conversas telefônicas sobre o esquema e ao pedir ajuda do BC chantageou as autoridades. A tática deu certo. O BC vendeu dólares abaixo da cotação e Cacciola faturou um montante estimado em R$ 1 bilhão. O governo negou a chantagem e, ao tentar abafar o caso, demitiu Chico Lopes com a justificativa oficial de que ele teria falhado na administração da virada cambial. Em 2005, Chico foi condenado a dez anos de prisão em regime fechado pelo crime de peculato.