Os números demonstram a eficiência e a magnitude da rede de transporte público de Tóquio. Diariamente, 90% da população evita automóveis e utiliza os meios alternativos disponibilizados aos japoneses, principalmente a rede de trens, considerada a terceira maior do mundo. Com a superpopulação e a falta de espaço, os japoneses decidiram investir pesado no transporte ferroviário, que recebe mais de 20 milhões de passageiros a cada dia. O serviço tem pontualidade cirúrgica, com excessão dos dias de terremoto, é limpo e alcança todas as regiões da cidade, com 283 estações e 292 km de linhas, cinco vezes mais do que o metrô de São Paulo.
As centenas de vias estreitas de Tóquio e a frota crescente de veículos tornam arriscados os deslocamentos de carro, que podem significar atrasos, imperdoáveis na cultura japonesa. Congestionamentos, no entanto, são considerados raros se o trânsito for comparado com o de uma metrópole brasileira. Até mesmo executivos costumam deixar os automóveis em casa, dando preferência aos trens. O único incômodo é o aperto dentro dos vagões, monitorados pelos oshiyas (empurradores), que pressionam os passageiros para dentro dos trens e impedem atrasos nas partidas.
Os milhões de japoneses que abrem mão de ter um veículo próprio, e livram as vias dos engarrafamentos, também têm como opções a rede de ônibus e as bicicletas, historicamente usadas em larga escala no país. Para reduzir a emissão de poluição, o Japão criou em 2009 um programa de bicicletas públicas.