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Insegurança alimentar afetou um em cada quatro domicílios brasileiros em 2023

Entre os grupos mais afetados estão as crianças de até 4 anos, moradores da área rural e pessoas com baixo nível de escolaridade. Entretanto, houve uma melhora no cenário se comparado com pesquisas anteriores

25 abr 2024 - 17h03
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Um em cada quatro domicílios brasileiros apresentou algum grau de insegurança alimentar em 2023. Isso significa que o Brasil tinha quase 64,2 milhões de pessoas que não sabiam se teriam comida suficiente ou adequada na mesa. Os dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) foram divulgados nesta quinta-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Um em cada quatro domicílios brasileiros apresentou algum grau de insegurança alimentar em 2023
Um em cada quatro domicílios brasileiros apresentou algum grau de insegurança alimentar em 2023
Foto: Canva / Perfil Brasil

No total, cerca 64,1 milhões de pessoas viviam nesses domicílios, sendo que 11,9 milhões deles enfrentavam uma situação ainda mais dramática e outros 8,6 milhões beiravam a fome. A proporção perdeu força na comparação mais recente da série histórica do IBGE, embora a insegurança alimentar ainda afete quase 3 em cada 10 lares.

No ano passado, 72,4% dos domicílios no Brasil estavam em segurança alimentar. Esse número representa 151,9 milhões de brasileiros. Na pesquisa anterior, realizada no biênio 2017-2018, eram 63,3% dos lares. Sendo assim, o índice de 2023 é o segundo melhor para a segurança alimentar, atrás apenas de 2013, quando 77,4% dos domicílios tinham acesso a uma alimentação de qualidade.

Segundo o IBGE, essa melhora se dá por fatores como o investimento em programas sociais, recuperação econômica e preço dos alimentos. O instituto ainda afirma que utilizou critérios da Ebia (Escala Brasileira de Insegurança Alimentar) para identificar os domicílios em condição de segurança ou insegurança alimentar.

Os grupos mais afetados pela insegurança alimentar 

Ao analisar a situação pelo viés da faixa etária, o IBGE identificou que 37,4% das crianças com até 4 anos viviam em domicílios com algum tipo de insegurança alimentar. Sendo, 26,6% delas em lares com insegurança alimentar leve, 6,3% com insegurança alimentar moderada, e outros 4,5% com insegurança grave.

Na faixa etária entre 5 e 17 anos, esse número é um pouco menor: 36,6%. Entre 18 e 49 anos, o percentual foi de 29%, enquanto o grupo de 50 a 64 anos registrou 26,8%. Já os idosos são minoria. A menor proporção de pessoas vivendo sob algum tipo de insegurança alimentar estava na faixa etária acima de 65 anos - 20,9%. Ao todo, cerca de 2,8% dos idosos com mais de 65 anos tiveram insegurança alimentar grave no período da pesquisa.

Os dados do IBGE apontam que a insegurança alimentar afeta mais os grupos da população que historicamente também são mais prejudicados. Em 2023, 34,5% dos domicílios da área rural conviviam com o problema. O percentual superou o verificado nos lares das regiões urbanas (26,7%).

Em 2023, apenas 7,9% dos domicílios com insegurança alimentar tinham como responsáveis pessoas com curso superior completo. Esse nível de escolaridade alcançava 23,4% nos lares com segurança alimentar e 19,1% no total de endereços.

Por que houve uma melhora?

André Martins, analista do IBGE, associou a redução da insegurança alimentar na Pnad 2023, com a POF 2017-2018 (Pesquisa de Orçamentos Familiares), a fatores como a recuperação do mercado de trabalho e a ampliação de programas sociais. As informações são da Folha de S.Paulo.

Outro possível impacto, segundo o pesquisador, veio da deflação (queda dos preços) dos alimentos no ano passado. "A recuperação que a gente vê em outros indicadores vai se refletir no acesso aos alimentos", disse.

Outros dados divulgados pelo IBGE na semana passada apontaram que a renda per capita (por pessoa) bateu recorde no Brasil em 2023. O rendimento teria sido impulsionado pela melhora do mercado de trabalho e pela ampliação do Bolsa Família, uma das apostas do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 * Sob supervisão de Lilian Coelho

Perfil Brasil
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