Investidores processam XP por prejuízos milionários; entenda
Relatos apurados pelo site Metrópoles indicam que taxas de corretagem chegavam a exceder o patrimônio de alguns clientes
Investidores da XP Investimentos acionaram a Justiça alegando práticas abusivas que resultaram em prejuízos milionários, esgotamento de patrimônio e dívidas com a própria empresa. A informação é do site Metrópoles.
A princípio, os relatos apurados pelo site indicam que investimentos eram vendidos com garantia de proteção contra perdas, mas taxas de corretagem chegavam a exceder o patrimônio de alguns clientes.
Além disso, os clientes acusam os corretores de passarem informações incorretas ou incompletas sobre os investimentos, prometerem lucros exorbitantes e realizarem operações não autorizadas.
Trocas de mensagens entre assessores e clientes da XP mostram venda de produtos de alto risco com promessas de "blindagem" contra perdas, o que acaba não acontecendo.
Investimentos em COEs e alavancagens
Os principais relatos nos processos envolvem investimentos em Certificados de Operações Estruturadas (COEs) e operações alavancadas com empréstimos feitos pela corretora.
A corretora vende os COEs como investimentos com potencial de lucro acima da média, garantindo o valor principal investido em caso de baixa.
Já as operações alavancadas permitem que o cliente invista valores mais altos do que possui, potencializando seu retorno financeiro.
Clientes relataram ao Metrópoles propaganda enganosa nos rendimentos dos COEs e perdas milionárias. Nas operações alavancadas, os prejuízos são ainda maiores, com assessores impulsionando esses investimentos para aumentar as taxas pagas à corretora. Em outras palavras, quanto maior o ato de alavancar, maior é a taxa de corretagem.
O que diz a XP
Em uma nota enviada ao Metrópoles, a XP Investimentos afirmou que "segue rigorosamente a regulação e preza pela absoluta transparência nas condições e prazos dos seus produtos de investimentos".
Dessa forma, a corretora disse estar "alinhada aos mais altos padrões de compliance e de aplicação de suitability" e que "não comenta casos específicos que tramitam na Justiça".
A empresa encerrou 2023 com R$ 1,1 trilhão sob sua custódia e 4,5 milhões de clientes, alta de 19% em relação ao ano anterior. A XP distribuiu R$ 400 milhões em dividendos a acionistas no fim do ano passado.
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