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Irã atribui derrubada de avião ucraniano a "erro humano"

12 jul 2020 - 18h26
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Relatório de entidade aérea iraniana diz que ajuste equivocado do sistema de radar levou à identificação da aeronave como ameaça e ao disparo de dois mísseis para derrubá-la. Queda matou 176 pessoas a bordo em janeiro.O Irã apontou neste domingo (12/07) que o abate de um avião ucraniano em janeiro deste ano foi desencadeado por um desalinhamento do sistema de radar e problemas de comunicação entre o operador de defesa aérea e seus comandantes. Todas as 176 pessoas a bordo morreram na queda.

Avião de companhia aérea ucraniana caiu em 8 de janeiro após decolar do aeroporto de Teerã
Avião de companhia aérea ucraniana caiu em 8 de janeiro após decolar do aeroporto de Teerã
Foto: DW / Deutsche Welle

De acordo com o relatório mais recente da Organização de Aviação Civil iraniana, a investigação concluiu que uma unidade do sistema de defesa aérea não foi restaurada na direção norte após sua mudança de localização geográfica, resultando em "um erro de 107 graus".

"Um erro no alinhamento do sistema de radar causou um erro humano. Um operador esqueceu de reajustar a direção no sistema de radar depois de passar para uma nova posição - um erro que contribuiu para a leitura incorreta dos dados do radar", afirma o texto.

"Os objetos identificados foram observados em uma ampliação equivalente a 107 graus pelo operador do sistema de defesa aérea", acrescenta o relatório, o que levou à identificação do avião como uma ameaça e ao disparo de dois mísseis para derrubá-lo.

Houve "uma cadeia de eventos", segundo a entidade de aviação: "comunicação defeituosa" entre o operador do sistema e a coordenação central, "uma identificação incorreta do objeto" e uma falha no cumprimento dos procedimentos para o lançamento dos mísseis.

A organização iraniana indicou que "o operador do sistema classificou o alvo detectado como uma ameaça" e que isso foi promovido por "sua falta de conhecimento do erro de 107 graus".

Em relação aos procedimentos, o relatório afirma que o operador não estava autorizado a disparar sem ter recebido previamente a aprovação do Centro de Coordenação, que por sua vez nunca teria emitido uma ordem nesse sentido.

O voo 752 da companhia aérea Ukraine International Airlines (UIA) foi abatido no dia 8 de janeiro, após ser confundido com um míssil logo depois de decolar do aeroporto de Teerã com destino a Kiev.

O impacto do primeiro míssil contra o avião causou um incêndio na aeronave, um Boeing 737, que acabou caindo no chão, levando então a uma explosão.

Com base nos passaportes usados para embarcar, havia no avião 146 iranianos, 11 ucranianos, incluindo os nove tripulantes, dez afegãos e quatro suecos. O Canadá afirma que 57 cidadãos de seu país estavam na aeronave.

O abate do avião, que o Irã chamou de acidental, gerou uma onda de protestos no país contra o governo e aumentou a pressão internacional sobre Teerã, após meses de tensões com os Estados Unidos que culminaram no assassinato do general iraniano Qasem Soleimani, no dia 3 de janeiro em Bagdá, e no bombardeio iraniano a bases americanas no Iraque em retaliação.

EK/afp/efe/lusa/rtr

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