Israel sabia do plano do Hamas, mas ignorou alerta, diz documento
Exército israelense recebeu informações detalhadas sobre os preparativos para 7 de outubro ao menos 3 semanas antes do atentado
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As Forças de Defesa de Israel (IDF na sigla em inglês) receberam informações detalhadas sobre o plano do Hamas para atacar Israel ao menos três semanas antes dos ataques de 7 de outubro, mas ignoraram o alerta. A informação consta em um relatório publicado pela emissora pública Kan News e compartilhado pelo Haaretz.
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O documento, intitulado Treinamento detalhado de ataque ponta a ponta, foi divulgado na segunda-feira, 17. Ele descreve em detalhes as áreas a serem atacadas (postos militares, bares e kibutzims), o objetivo de sequestrar de 200 a 250 reféns e como os raptados deveriam ser tratados.
Os integrantes do Hamas deveriam procurar pelos telefones dos reféns, para que eles não informassem as suas famílias de sua condição, ameaçar os raptados de morte para tentar dissuadir tentativas de fuga e transferi-los para um local diferente caso Israel descobrisse o local de cativeiro.
O memorando também descreve diversos treinamentos realizados pela Nukhba, unidade militar de elite do Hamas, simulando o ataque a um posto avançado da IDF, na fronteira de Gaza. O exercício foi realizado por quatro empresas do grupo terrorista, cada uma designada para um diferente posto.
“Às 11h, foram observadas várias companhias convergindo no início das sessões de treinamento [...] Às 12h, equipamentos e armas foram distribuídos aos terroristas e, em seguida, ocorreu um exercício na sede da empresa. Às 14h, o ataque começou", diz um trecho do documento.
O relatório teria sido compartilhado entre diferentes setores do exército israelense a partir de 19 de setembro, semanas antes dos ataques de 7 de outubro.
O documento se soma a outras denúncias sobre alertas e relatórios denunciando um possível atentado do Hamas que teriam sido ignorados pela IDF.
Ainda segundo o Haaretz, em julho de 2023, um suboficial da Inteligência Militar alertou os seus comandantes de que o Hamas pretendia realizar um massacre nas comunidades fronteiriças de Gaza e já haviam realizado exercícios simulando um ataque a kibutzim e postos avançados das IDF, no lado israelita da fronteira.
1.200 pessoas morreram e 250 foram sequestradas durante os ataques de 7 de outubro de 2023, no qual postos da IDF e comunidades fronteiriças a Gaza foram atacados.
O ataque serviu como justificativa para a guerra em Gaza, em curso desde então. Mais de 37 mil palestinos morreram, incluindo 100 jornalistas, e outros 85 mil ficaram feridos, em uma crise humanitária sem precedentes no território palestino. Mais de 50% das casas em Gaza foram totalmente ou parcialmente destruídas e apenas 17, dos 35 hospitais, seguem parcialmente ativos.
