Jabuti fica enterrado por cerca de dez anos e é encontrado vivo; entenda
Em Itacajá, no Tocantins, um evento inusitado capturou a atenção dos moradores locais: a descoberta de um jabuti que viveu por anos soterrado embaixo do piso de uma casa. Luiza Coelha da Cruz Aguiar, a proprietária da residência, encontrou o réptil após uma reforma, suspeitando que ele tenha permanecido no local desde uma antiga obra realizada há quase uma década. O animal foi descoberto por um pedreiro, que gravou o momento impressionante de sua retirada.
A presença do jabuti, ainda vivo após tanto tempo, despertou curiosidade e admiração. A história de como ele teria sobrevivido durante tanto tempo em condições adversas foi relatada pela própria moradora, que acredita que ele tenha sido trazido junto com uma carga de cascalho utilizada na reforma do quintal. A sobrevivência do jabuti por um período tão prolongado levanta diversas questões sobre os mecanismos de adaptação destes animais.
Como o Jabuti sobreviveu em condições extremas?
O jabuti encontrado pertence à espécie Chelonoidis denticulata, popularmente conhecido como Jabuti-tinga ou jabuti amarelo. Este réptil possui características que facilitam sua adaptação a condições extremas. Conforme explicado pelo biólogo Aluísio Vasconcelos de Carvalho ao G1, essa espécie é onívora, consumindo tanto vegetais quanto animais, o que amplia suas possibilidades alimentares. Além disso, os jabutis têm um metabolismo notoriamente lento, permitindo que sobrevivam longos períodos sem alimentação.
Outro fator relevante é a estivação, um comportamento que alguns répteis adotam para economizar energia durante períodos quentes. Durante a estivação, eles entram em um estado similar à hibernação, reduzindo drasticamente sua atividade metabólica. Isso pode ter sido crucial para a sobrevivência do jabuti embaixo do piso durante os anos em que ficou isolado do ambiente externo.
O estado atual do Jabuti e suas necessidades
Após ser resgatado, o jabuti permanece na casa de Luiza, onde está protegido da exposição direta ao sol devido à sensibilidade à luz que desenvolveu. A moradora o mantém em um banheiro reservado, onde tenta cuidar do animal conforme suas condições permitem, alimentando-o principalmente com frutas.
Observou-se que o tempo soterrado causou deformações em seu casco e pele. A falta de uma dieta adequada e a ausência de luz solar direta contribuíram para essas alterações físicas. O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) exprime a necessidade de um tratamento especializado para o jabuti, sugerindo que ele seja encaminhado ao Centro de Fauna (CEFAU) onde poderá receber tratamento profissional e cuidados veterinários.
Quais os próximos passos para o animal?
Embora a situação do jabuti seja um exemplo notável de resistência, ela também destaca a importância de cuidados adequados para animais em cativeiro ou situações não naturais. Até que o Instituto Natureza do Tocantins decida os próximos passos, recomenda-se que o animal seja mantido em um ambiente com temperatura controlada e exposição indireta à luz solar para minimizar o impacto em sua saúde.
A história deste jabuti em Itacajá não apenas desperta fascínio, mas também serve como um lembrete sobre a capacidade de adaptação dos animais e os desafios enfrentados por aqueles que vivem em condições incomuns. A busca por soluções adequadas ressaltará a importância de medidas protetivas para garantir o bem-estar desses seres.