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Japão recorda lançamento da bomba de Hiroshima

6 ago 2017 - 09h26
(atualizado às 09h46)
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O primeiro ataque atômico da história ocorreu há 72 anos. Governo local faz apelo pelo fim das armas nucleares. A cidade japonesa de Hiroshima recordou neste domingo (6) o 72º aniversário do lançamento do primeiro ataque nuclear da história com uma cerimônia em que foram feitos apelos ao desarmamento nuclear.

O ato aconteceu no Parque da Paz da cidade, que fica no oeste do Japão e incluiu um minuto de silêncio às 8.15 hora local (20h15 de sábado no Brasil).

Imagem mostra os danos causados pela explosão da bomba atômica sobre Hiroshima em 1945.
Imagem mostra os danos causados pela explosão da bomba atômica sobre Hiroshima em 1945.
Foto: Getty Images

Essa foi a hora exata na qual um bombardeiro B-29 da Força Aérea dos Estados Unidos lançou no dia 6 agosto de 1945 o "Little Boy", como foi chamada a primeira bomba atômica usada em um ataque contra civis e militares.

Desarmamento

Após o minuto de silêncio, o prefeito da cidade, Kazumi Matsui, pediu a todos os líderes mundiais que apoiem o tratado adotado por 122 membros das Nações Unidas no começo do mês para proibir as armas nucleares, o primeiro deste tipo a nível global.

"É o momento que todos os governos devem lutar para avançar rumo a um mundo livre de armas nucleares", afirmou Matsui, pedindo em particular ao governo do Japão "que manifeste o pacifismo estabelecido pela sua Constituição e faça todo o possível por facilitar a adoção global do pacto".

Tal acordo foi aprovado por quase dois terços dos países membros da ONU, ainda que se tenham mantido à margem todas as potências atómicas e muitos dos seus aliados - o Japão entre eles -, o que lança dúvidas sobre o sucesso da iniciativa.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, evitou mencionar diretamente o tratado durante o seu discurso, ainda que tenha destacado a necessidade de que tanto as potências nucleares como os restantes países "se envolvam para se conseguir um mundo verdadeiramente livre de armas atómicas".

"O Japão está decidido a liderar a comunidade internacional, mantendo os seus princípios de não produzir ou possuir armas nucleares nem de permitir a sua entrada em território nacional, e pedindo a todos os países para tomar medidas similares", disse Abe.

A bomba mais destrutiva:

Convidados

A cerimónia contou com a participação de representantes de cerca de 80 países e da União Europeia, entre eles potências nucleares como Reino Unido, França, Estados Unidos e Rússia.

A subsecretária das Nações Unidas e alta representante para o desarmamento, a japonesa Izumi Nakamitsu, afirmou que os sobreviventes do ataque atómico de Hiroshima "enviam uma mensagem heroica ao mundo e uma lembrança dos devastadores efeitos destas armas", numa mensagem lida em nome do secretário geral da ONU, António Guterres.

A bomba lançada sobre Hiroshima foi detonada perto de onde fica o parque onde aconteceu a cerimónia. O ataque matou imediatamente cerca de 80 mil pessoas. O número aumentou ainda em 1945, quando o balanço de mortos subiu para 140 mil por causa dos efeitos da radiação.

Três dias após o ataque sobre Hiroshima, em 9 de agosto de 1945, os EUA lançaram uma segunda bomba sobre a cidade de Nagasaki, o que levou à capitulação do Japão seis dias mais tarde e pôs fim à Segunda Guerra Mundial.

Os ataques atómicos sobre ambas as cidades japonesas foram os únicos deste tipo executados até hoje.

Em março passado o número total de "hibakusha" ou sobreviventes dos ataques nucleares de Hiroshima e Nagasaki era de 164.621, comparado com os 372.264 que havia em 1980, e a sua idade média era de 81,41 anos.

JPS/efe/afp

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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