Julgamento de assassinos de Marielle Franco tem júri 100% masculino
O caso do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, Anderson Gomes, ganhou notoriedade nacional e internacionalmente. Recentemente, o início do julgamento dos réus confessos Ronie Lessa e Élcio de Queiroz trouxe à luz detalhes do processo judicial, especialmente em relação à seleção dos jurados. É importante compreender como se dá essa escolha, crucial para garantir a justiça no Tribunal do Júri.
No início do julgamento, um total de 25 homens e mulheres são selecionados aleatoriamente para servir como jurados. Neste contexto, tanto a defesa quanto a acusação possuem o direito de recusar até três nomes. No caso dos réus Lessa e Queiroz, seus advogados decidiram vetar duas mulheres, resultando em um júri composto exclusivamente de homens. Esse procedimento, apesar de levantar questões, é absolutamente previsto dentro das normas do Tribunal do Júri brasileiro.
Como funciona a seleção dos jurados no tribunal do júri?
A seleção dos jurados é um momento crítico em qualquer julgamento no Tribunal do Júri. Ela começa com a escolha aleatória de 25 cidadãos. Esses nomes são anunciados em um sorteio realizado pelo juiz, e tanto a defesa quanto a acusação têm a oportunidade de vetar determinados candidatos, sem precisar justificar a rejeição. Essa prerrogativa é utilizada estrategicamente para formar um júri que possa ser mais receptivo aos argumentos apresentados em tribunal.
Por que os advogados de defesa vetaram as mulheres?
Embora os motivos específicos para o veto das duas mulheres não tenham sido divulgados oficialmente, advogados muitas vezes tomam esse tipo de decisão baseada em estratégias jurídicas específicas. A seleção de jurados pode influenciar significativamente o resultado de um julgamento, e as equipes de defesa e acusação analisam fatores como previsões de comportamento, histórico e perfil sociodemográfico dos possíveis jurados.
Qual é a importância de um julgamento pedagógico?
Apesar de Lessa e Queiroz serem réus confessos e terem firmado delação premiada, o julgamento não é apenas uma questão de determinar a culpabilidade. Fontes da acusação indicam que há um interesse maior em realizar um julgamento pedagógico. Isso significa explicar à sociedade os detalhes das investigações e o papel de cada réu no crime, especialmente em um caso de tamanha repercussão. O testemunho de pessoas próximas a Marielle, como Fernanda Chaves, que sobreviveu ao atentado, oferece um olhar interno valioso sobre os eventos daquele dia trágico.
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