Justiça torna réu segurança da Zara por crime de racismo
A loja onde o episódio ocorreu fica no Barra Shopping, na zona oeste do Rio de Janeiro
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro tornou réu pelo crime de racismo o segurança da loja Zara Henrique Durães Bernardes. A decisão foi do juiz Tiago Fernandes de Barros da 36ª Vara Criminal do Rio, que considerou haver "justa causa para a deflagração da ação penal" e indícios de autoria.
A vítima é o jogador de futebol Guilherme Quintino.Ele denunciou o caso após ter sido revistado sob suspeita de ter furtado a loja. Ele afirmou que teve que mostrar onde estavam as peças que havia desistido de comprar. O caso ocorreu em junho e gerou revolta em outros clientes, que devolveram as roupas compradas no local após presenciarem abordagem do segurança.
De acordo com a denúncia da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada, a ação do segurança foi motivada "unicamente pela infundada suspeita decorrente da cor da pele do consumidor".
"Ao se voltar contra pessoa de raça negra, sem qualquer justificativa plausível, dando-lhe tratamento constrangedor e humilhante, e que certamente não se dispensaria a outras pessoas, o denunciado impôs ao consumidor negro restrições de locomoção e exigências desarrazoadas, com potencial de causar-lhe odiosa inferiorização e perversa estigmatização", diz trecho da denúncia do promotor Alexandre Themístocles, que também pediu o fechamento da loja por três meses.
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— O Globo_Rio (@OGlobo_Rio) November 24, 2023