Advogado é repreendido por juíza ao aparecer sem camisa em videochamada: 'É o fim'
João Manoel Armôa Junior explicou ao Terra que havia entrado para mudar a data do despacho virtual, pois estava de atestado
Um advogado do litoral de São Paulo foi repreendido por uma juíza ao entrar sem camisa para uma chamada de despacho virtual, realizada nesta quinta-feira, 10. Ao Terra, ele esclareceu que estava de atestado médico e havia entrado na chamada via WhatsApp para redesignar o ato, portanto, não achou que a magistrada estaria presente.
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No vídeo publicado pelo site jurídico Migalhas, é possível ver que a chamada é gravada por uma terceira pessoa, enquanto a magistrada fala com João Manoel Armôa Junior. “É o fim, é o fim. Está registrado que o senhor veio despachar com uma juíza de direito sem camisa”, diz a juíza da 2ª Vara Criminal de São Sebastião.
Em seguida, ela determina a expedição de ofício à Ordem dos Advogados do Brasil, vinculando o vídeo para que “medidas cabíveis sejam tomadas em relação ao advogado”. "Me perdoe", responde Armôa Junior após ser repreendido.
O advogado esclareceu ao Terra que, na verdade, estava de atestado médico na data, e que havia entrada na chamada via WhatsApp, feita pelo Vara Criminal, para dizer que não poderia participar do despacho virtual.
“Eu estou afastado de minhas funções, eu tenho crise renal e me encontrava de atestado. O e-mail com designação para o despacho com a juíza caiu na lixeira e não apareceu para mim no calendário. O escrevente por me conhecer de outros despachos me chamou. Eu acessei o link para falar que estava impossibilitado, que poderia participar”, explica.
O advogado conta que achou que seria uma conversa informal para redesignar o ato, mas, logo após entrar na chamada, a juíza também apareceu. Segundo ele, a magistrada não perguntou quem ele era e se iria despachar, só o repreendeu.
“Foi desnecessário. Eu realmente estava sem camisa, a intenção não era quebrar o decoro, ofender a ela, o Tribunal ou a advocacia. Eu não falei nada, eu fiquei até com a cara sem graça ali no momento”, afirma.
Ele enviou à reportagem o atestado médico, de 9 de outubro deste ano, no qual é afastado para repouso absoluto por dez dias. Inclusive, como menciona, o documento foi anexado a outro processo, para pedir o adiamento de uma audiência em virtude de sua saúde.
Ele garante que irá entrar com uma ação junto à Corregedoria do Tribunal de Justiça de São Paulo para que seja apurado quem vazou as imagens, já que a videoconferência de despacho virtual é privada, apesar do processo não estar em segredo de Justiça.
A reportagem solicitou um posicionamento do Tribunal de Justiça de São Paulo, mas não teve retorno até o momento. O espaço permanece aberto para manifestações.