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Bolsonaro chega à PF para prestar depoimento sobre 'importunação intencional' de baleia

Fabio Wajngarten, advogado e assessor do ex-presidente, também prestará esclarecimentos sobre caso ocorrido em junho de 2023

27 fev 2024 - 14h39
(atualizado às 14h43)
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Bolsonaro e baleia-jubarte; unidade da Procuradoria em Caraguatatuba, no litoral paulista, ficará responsável por verificar as apurações sobre o caso
Bolsonaro e baleia-jubarte; unidade da Procuradoria em Caraguatatuba, no litoral paulista, ficará responsável por verificar as apurações sobre o caso
Foto: Wilton Junior/Estadão e Julio Cardoso/Projeto Baleia a Vista/Divulgação / Estadão

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à sede da Polícia Federal (PF) de São Paulo na tarde desta terça-feira, 30, para prestar depoimento no inquérito sobre suposta "importunação intencional" de uma baleia-jubarte, em São Sebastião, São Paulo, litoral norte do Estado. Ele está acompanhado de seu advogado e assessor, Fabio Wajngarten, que também prestará depoimento sobre o caso.

Bolsonaro é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como o motorista de uma moto aquática que aparece em um vídeo chegando a cerca de 15 metros do animal em junho de 2023. O depoimento havia sido marcado inicialmente para o dia 7 de fevereiro, em São Sebastião, mas foi adiado após o ex-presidente convocar uma manifestação para o local.

A lei brasileira prevê pena de dois a cinco anos de prisão, além de multa, para a pesca ou "qualquer forma de molestamento intencional" de toda espécie de cetáceo no País. Portaria do Ibama que regulamenta essa legislação proíbe a aproximação com o motor engrenado a menos de 100 metros de qualquer baleia.

O depoimento acontece dois dias depois do ato convocado por Bolsonaro na Avenida Paulista para se defender da investigação da Polícia Federal que aponta a participação dele em uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil antes e após a eleição de 2022. O ex-presidente permanece em São Paulo na quarta-feira, 28, onde fará exames de rotina em um hospital na Zona Sul da cidade.

No ano passado, Bolsonaro classificou o inquérito de "maldade" e chamou o então ministro da Justiça e atual ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, de "baleia". "Todo dia tem uma maldade em cima de mim. A de ontem foi que estou perseguindo baleias. A única baleia que não gosta de mim na Esplanada é aquela que está no ministério", ironizou.

Já Wajngarten declarou no fim de janeiro considera que a investigação é "perseguição política, jurídica e midiática" contra o ex-presidente. O advogado tem feito uma série de publicações irônicas sobre o caso. "Hoje 19 de fevereiro, dia mundial das BALEIAS. Minha saudação para todas elas. Não chegue perto. Não importune-as jamais", escreveu ele na semana passada.

Estadão
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