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Bolsonaro em silêncio, presidente do PL responde perguntas: saiba os detalhes dos 23 depoimentos simultâneos à PF

23 pessoas alvos da operação que investiga tentativa de golpe de Estado foram intimadas, sendo que 15 delas optaram por não se manifestar

23 fev 2024 - 11h06
(atualizado às 11h36)
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Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
Foto: REUTERS/ Marco Bello

O ex-presidente Jair Bolsonaro optou por permanecer em silêncio durante o depoimento à Polícia Federal (PF) na quinta-feira, 23, no âmbito do inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. Seguindo a mesma estratégia, quatro generais que integravam seu governo, incluindo os ex-ministros Braga Netto (Casa Civil) e Augusto Heleno (GSI), também se recusaram a responder às perguntas dos investigadores.

Por outro lado, o ex-ministro Anderson Torres (Justiça), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, colaboraram respondendo aos questionamentos da PF.  As informações são do jornal O Globo

Ao todo, 23 pessoas alvos da operação que investiga uma tentativa de golpe de Estado foram intimadas, sendo que 15 delas optaram por não se manifestar durante os depoimentos, que foram marcados para ocorrer de forma simultânea. 

Quatorze desses depoimentos foram realizados em Brasília, quatro no Rio de Janeiro, dois em São Paulo, um no Paraná, um em Minas Gerais, um em Mato Grosso do Sul e outro no Espírito Santo. Todos os convocados pela PF foram alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada há duas semanas por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro 

O depoimento de Bolsonaro em Brasília durou cerca de 15 minutos. Em comunicado, sua defesa afirmou que o ex-presidente não abre mão de prestar esclarecimentos e o fará assim que "seja garantido o acesso" aos autos do processo. Os advogados de Bolsonaro requerem o conteúdo completo da delação premiada do ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, bem como acesso ao material dos celulares apreendidos dos demais investigados. Moraes, por sua vez, negou o pedido. 

De acordo com a PF , existem "dados que comprovam" que Bolsonaro "analisou e alterou uma minuta de decreto que, aparentemente, sustentaria a consumação do golpe de Estado em curso". 

Além disso, os investigadores obtiveram acesso a um vídeo de uma reunião ministerial realizada em julho de 2022, presidida pelo então presidente, na qual o sistema eleitoral e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foram atacados, sem provas, com o objetivo de garantir a permanência de Bolsonaro no poder.

Valdemar 

Segundo aliados de Valdemar, ele chegou à PF disposto a falar com o objetivo de se diferenciar da postura dos demais investigados. O presidente do PL é investigado no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.

Além de Valdemar, também responderam aos questionamentos dos investigadores  o ex-ministro Anderson Torres (Justiça), Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, o ex-assessor Tércio Arnaud, o assistente do Comando Militar Sul Bernardo Romão Correa Netto, e o coronel da reserva Cleverson Ney Magalhães.

De acordo com fontes próximas à investigação, Martins forneceu esclarecimentos, porém não respondeu a todas as perguntas. O ex-assessor negou ter redigido ou ajudado na redação da chamada "minuta golpista" e afirmou que nunca entregou qualquer documento que propusesse um golpe de Estado ou a prisão ilegal de autoridades.

Conforme a investigação, Martins foi identificado como responsável por entregar a minuta a Bolsonaro no Palácio da Alvorada. Segundo delação de Cid, o ex-presidente solicitou algumas alterações, as quais Martins fez e apresentou novamente o texto a Bolsonaro. 

Cid também afirmou que Martins esteve presente em uma reunião com Bolsonaro e os então comandantes das Forças Armadas, na qual explicou a cada um dos militares os detalhes do documento.

Em nota, a defesa de Martins afirma que seu depoimento “foi claro e objetivo”. “Filipe está tranquilo, mas inconformado com a sua prisão, que julga precipitada e ilegal. Aguardamos agora a decisão referente ao requerimento de revogação da prisão preventiva, pontuando que essa só deve persistir em casos excepcionalíssimos, quando a liberdade em si for um risco, o que demonstrado não ser o caso de Filipe”, defenderam.

Militares 

Dos quatro generais convocados, além de Braga Netto e Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, e Mário Fernandes, que chegou a assumir interinamente o comando da Secretaria-Geral, optaram por permanecer em silêncio. Eles são acusados de incitar atos golpistas. Braga Netto e Heleno, do círculo próximo de Bolsonaro, passaram aproximadamente uma hora nas dependências da Superintendência da PF em Brasília.

A defesa de Braga Netto afirmou que ele "exerceu o direito de ter acesso absoluto e integral a toda a investigação para que possa prestar os devidos esclarecimentos". Paulo Sérgio Nogueira adotou uma posição semelhante. "O General Paulo Sérgio permaneceu em silêncio hoje; no entanto, assim que tivermos acesso adequado aos autos, ele estará disponível para esclarecimentos adicionais", declarou o advogado Andrew Fernandes.

Além disso, o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, também optou por permanecer em silêncio. Seu advogado, Demóstenes Torres, alegou que "não teve tempo suficiente" para examinar os documentos do processo, que consistem em aproximadamente quatro mil páginas.

Fonte: Redação Terra
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