Exército também utilizou ferramenta usada para monitoramento ilegal, diz PF
Operação apreendeu documentos na sede da empresa israelense em Florianópolis que indicam que os militares adquiriram o software
A Polícia Federal (PF) descobriu nesta sexta-feira, 20, indícios de que o Exército Brasileiro também adquiriu o software israelense utilizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em um esquema ilegal de monitoramento de adversários políticos do governo Jair Bolsonaro. Conforme informações do blog da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, os documentos foram apreendidos durante uma busca e apreensão realizada em Florianópolis, na sede da Cognyte.
A empresa, fornecedora do programa que está sob investigação na operação conduzida pela PF, foi um dos alvos dos mandados cumpridos pela PF. Ao todo, foram 25 mandados de busca e apreensão. Dois ex-agentes da Abin foram presos.
Além disso, outros 20 indivíduos suspeitos de envolvimento no funcionamento irregular desse sistema também estão sob investigação. Todos os suspeitos foram intimados para prestar depoimentos simultâneos na sede da PF em Brasília.
O sistema First Mile, utilizado pela Abin, fornece informações apenas sobre a localização dos celulares, sem permitir o acesso ao conteúdo dos aparelhos ou às mensagens enviadas. Os agentes estão investigando a possibilidade de que outros sistemas mais sofisticados possam ter sido utilizados em conjunto para acessar esses conteúdos.