Família de petista morto por bolsonarista em festa vai receber indenização de R$ 1,7 milhão
Marcelo Arruda foi assassinado em sua festa de 50 anos, em 2022, pelo policial penal Jorge Guaranho
A família de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT assassinado pelo policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, em julho de 2022, em Foz do Iguaçu, no Paraná, vai receber indenização de R$ 1,7 milhão. O acordo foi divulgado pela Advocacia-Geral da União (AGU), na quarta-feira, 7.
A indenização paga pela União considerou, entre outros fatores, que o autor do crime se valeu da condição de agente público para acessar o local da festa e efetuar o disparo utilizando uma arma de propriedade da União.
O pagamento será feito à companheira e aos quatro filhos de Arruda. O valor contempla uma indenização a título de danos morais e pensões. A AGU ainda informou ainda que, futuramente, deve ingressar com uma ação para cobrar do autor do crime o ressarcimento do valor pago pela União.
Relembre o caso
O guarda municipal Marcelo Arruda, que era tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), foi assassinado em sua festa de aniversário de 50 anos, na madrugada 10 de julho de 2022, pelo policial penal bolsonarista Jorge Guaranho. Arruda fazia uma festa com tema inspirado no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um salão na Associação Recreativa e Esportiva Saúde Física (Aresf).
No mesmo clube estava o policial penal federal Jorge Guaranho. Segundo a investigada policial, ele estacionou p carro em frente ao local da celebração e, sem sair do automóvel, discutiu com o petista. Cerca de 20 minutos depois, ele voltou armado e, do lado de fora, disparou dois tiros na direção de Arruda.
Em seguida, invadiu o salão e atirou mais uma vez contra o petista, que já estava caído. Mesmo ferido, Arruda conseguiu reagir e efetuou seis disparos na direção de Guaranho. O guarda municipal morreu pouco depois.
Após o crime, Guaranho foi agredido com chutes na cabeça. Ele foi hospitalizado e após receber alta foi encaminhado ao Complexo Médico-Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde está preso desde agosto de 2022.
O policial penal é réu por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil perigo comum e irá a júri popular em abril deste ano.