Justiça determina que Polícia Civil investigue PMs que liberaram dono de Porsche
Empresário envolvido no acidente que resultou na morte de um motorista foi liberado por militares e não fez teste de bafômetro
O TJSP determinou que a Polícia Civil de São Paulo investigue a possível responsabilidade criminal dos PMs envolvidos no acidente que resultou na morte de um motorista de aplicativo na zona leste da capital paulista em Março de 2021.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) ordenou que a Polícia Civil conduza uma investigação sobre os policiais militares (PMs) responsáveis por liberarem o proprietário do Porsche e sua mãe do local do acidente que resultou na morte de um motorista de aplicativo na Zona Leste da capital paulista. As informações são do portal Metrópoles. O Terra procurou o TJ-SP, mas aguarda retorno.
Os policiais já estão sob investigação interna da Polícia Militar. Agora, a Justiça de São Paulo determinou que a Polícia Civil também investigue "possível responsabilidade criminal" dos militares neste caso. A ordem foi emitida por Roberto Zanichelli Cintra, da 1ª Vara do Júri do TJSP.
“Determino ao delegado de Polícia que instaure procedimento de investigação preliminar sumária (…) a fim de esclarecer eventual responsabilidade criminal”, diz o magistrado.
De acordo com a investigação, o empresário Fernando Sastre Filho, de 24 anos, conduzia em alta velocidade um Porsche, com valor estimado em mais de R$ 1 milhão, quando colidiu na traseira de um Renault Sandero, na Avenida Salim Farah Maluf, localizada no Tatuapé, durante a madrugada de 31 de março.
Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, o motorista do outro veículo, morreu no acidente. Já Marcus Vinicius Machado Rocha, de 22, que estava como passageiro no Porsche, sofreu ferimentos graves e está internado no hospital.
Na ocasião, policiais militares foram chamados ao local para atender à ocorrência. Entretanto, os agentes decidiram liberar Fernando Filho e sua mãe, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, de 45 anos --que havia se dirigido até lá para prestar auxílio ao filho. Daniela, por sua vez, alegou que eles seguiriam para o hospital, o que não ocorreu.
Os policiais também optaram por não realizar o teste de bafômetro em Fernando e não o autuaram em flagrante. Apesar do acidente resultar em uma morte, os agentes só registraram a ocorrência na delegacia aproximadamente 5 horas após o caso.