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Justiça manda soltar sobrinha do 'Tio Paulo', mas a torna ré por dois crimes

Juíza aceitou denúncia do MP pelos crimes estelionato e vilipêndio de cadáver, mas atendeu a um pedido da defesa e revogou prisão preventiva

2 mai 2024 - 10h23
(atualizado às 10h29)
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Érika Souza está presa desde o dia 16 de abril
Érika Souza está presa desde o dia 16 de abril
Foto: Reprodução/TV Globo

A Justiça do Rio de Janeiro decidiu libertar nesta quinta-feira, 2, Érika Souza, sobrinha de Tio Paulo, o idoso que foi levado a um banco já morto para sacar um empréstimo de R$ 17 mil. No entanto, ela permanecerá respondendo pelos crimes de tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver. As informações são da TV Globo.

Na decisão, a juíza Luciana Mocco, que está à frente da 2ª Vara Criminal de Bangu, aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), tornando Érika ré no processo. No entanto, a magistrada atendeu a uma solicitação da defesa da sobrinha e revogou a prisão preventiva, permitindo que Érika aguarde o desenrolar do processo em liberdade.

A juíza estabeleceu diversas medidas cautelares para Érika, incluindo a obrigação de comparecer mensalmente ao cartório do juízo para informar e justificar suas atividades, assim como qualquer alteração de endereço. Além disso, foi determinada a proibição de Érika se ausentar da Comarca por mais de 7 dias, a menos que haja autorização expressa do juízo. O descumprimento dessas medidas pode resultar no retorno de Érika à prisão.

Érika também passou agora a ser investigada também pelo crime de homicídio culposo, a pedido do delegado da 34ª DP (Bangu). Érika está presa desde o último dia 16 de abril, quando foi flagrada acompanhada do tio já morto.

Sobrinha sabia que 'Tio Paulo' já estava morto, diz delegado

O delegado que investiga o caso que ficou conhecido como "cadáver no banco" afirmou que não tem dúvidas que Érika Souza, sobrinha de Paulo Roberto Braga, 68 anos, sabia que o tio já estava morto quando o levou até uma agência bancária no Rio de Janeiro para pegar um empréstimo no começo do mês passado.

"Não há dúvidas que Érika sabia da morte de Paulo, mas, como era a última chance de retirar o dinheiro do empréstimo, entrou com o cadáver no banco, simulou por vários minutos que ele estava vivo, chegando a fingir dar água, pegou a caneta e segurou com sua mão junto a mão do cadáver de Paulo, contudo, como os funcionários do banco não dispersaram a atenção, não pôde fazer a assinatura", diz o delegado Fabio Luiz Souza no documento, que foi obtido pela TV Globo.

No despacho em que inclui a investigação do homicídio culposo, o delegado acredita que houve "gritante omissão de socorro" por parte de Érika: "Considerando que no dia 16/4/2024, certamente percebendo que Paulo estava em situação gritante de perigo de vida, o que pode ser vislumbrado pelas declarações de todas as testemunhas que tiveram contato com a vítima, ao invés de ir novamente ao hospital, ela se dirigiu ao shopping, configurando uma gritante omissão de socorro, determino; proceda-se a novo registro de ocorrência para apurar o delito de homicídio culposo."

Ao Terra, a advogada Ana Carla de Souza Corrêa, que defende Érika, enviou uma nota em que diz ter tomado conhecimento pelos autos da nova tipificação penal incluída pelo delegado no processo. A defesa reafirma que a mulher não atuava profissionalmente como cuidadora de Paulo Roberto.

"As testemunhas que relatam em sede policial dizem do cuidado que ela tinha pelo Sr. Paulo ao acompanhá-lo, não que a mesma era cuidadora. E tais testemunhas são pessoas completamente afastadas do vínculo familiar, sendo pessoas estranhas à relação familiar. Portanto, a defesa, em momento oportuno, estará contestando e refutando tal capitulação", diz a defesa.

Érika já é investigada por vilipêndio de cadáver e tentativa de furto mediante fraude. Em recente entrevista à TV Globo, familiares da mulher disseram que ela tem laudos psiquiátricos, que pediam a sua internação por "alucinações auditivas" e "dependência de medicamentos".

Fonte: Redação Terra
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