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Kamala ou Trump? EUA vão às urnas escolher novo presidente

5 nov 2024 - 11h50
(atualizado às 15h20)
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Campanha eleitoral dos EUA chega ao final com expectativa de disputa acirrada entre vice-presidente democrata e republicano de ultradireita.Os Estados Unidos vão às urnas nesta terça-feira (05/11) para definir quem vai comandar a maior potência econômica e militar do mundo, num pleito que deve ser acirrado.

Kamala Harris e Donald Trump
Kamala Harris e Donald Trump
Foto: DW / Deutsche Welle

Na disputa estão a atual vice-presidente e democrata Kamala Harris - que pode fazer história ao ser eleita a primeira mulher a ocupar a Casa Branca - e ex-presidente e republicano Donald Trump - que tenta protagonizar um retorno quase quatro anos após deixar Washington em desgraça, na esteira de uma tentativa de golpe.

Não há previsão de quando os resultados serão divulgados. No sistema indireto dos EUA, vence o candidato que obter no mínimo 270 votos no Colégio Eleitoral.

A votação também encerra uma campanha marcada por reviravoltas e tensões, incluindo a desistência do atual presidente Joe Biden - que abriu caminho para Kamala -, e duas tentativas de assassinato contra Trump.

Como a eleição dos EUA impacta a América Latina?

A eleição presidencial dos EUA, marcada para 5 de novembro deste ano, acontece em meio a um aumento da instabilidade política na América Latina.

No Brasil e na Colômbia, as eleições de Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro mudaram os grupos políticos no poder. O México também tem uma nova presidente, Claudia Sheinbaum, e a Argentina luta contra uma crise econômica e social sob o governo de Javier Milei. Na Venezuela, a contestada eleição de Nicolás Maduro gerou uma nova crise de representação no país, que se estende também, em menor nível, ao Peru.

Estes países possuem laços profundos com os EUA — país também marcado pela crescente polarização política. Seja por aproximação ou oposição, a América Latina é diretamente impactada pelas políticas americanas de comércio, migração e segurança. Por isso, o resultado da eleição americana, disputada entre o ex-presidente Donald Trump e a vice-presidente Kamala Harris, pode levar os EUA a direções opostas em suas políticas para a região.

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Biden tem agenda discreta em dia de eleição

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mantém uma agenda discreta nesta terça-feira (05/11), enquanto a população americana decide se ele será sucedido na Casa Branca pela vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris, ou pelo ex-presidente republicano Donald Trump.

Sua agenda para o dia, de acordo com o programa divulgado pela Casa Branca, inclui apenas um resumo do dia às 13h30 locais, e a porta-voz presidencial, Karine Jean-Pierre, não está programada para dar uma entrevista coletiva.

O líder democrata desistiu de sua candidatura à reeleição em julho passado, pressionado por críticas sobre seu fraco desempenho em um debate contra Trump.

Em sua conta na rede social X, na terça-feira, ele incentivou os eleitores a votarem: "Vamos fazer história elegendo Kamala Harris".

Sua última aparição pública foi no sábado, em sua cidade natal, Scranton, no estado-chave da Pensilvânia, onde realizou uma reunião com sindicatos.

No mesmo estado, Harris encerrou sua campanha na segunda-feira com um comício na Filadélfia, onde foi acompanhada por artistas como Lady Gaga e Ricky Martin.

md (EFE, ots)

Trump vota na Flórida

O ex-presidente e candidato republicano, Donald Trump, foi votar em Palm Beach, Flórida, ao lado de sua esposa, Melania, em um colégio perto de sua residência de Mar-a-Lago.

Ele afirmou aos repórteres que está "muito honrado" ao descobrir que as filas são longas.

"Parece que os conservadores estão votando com muita força", disse Trump. "Parece que os republicanos apareceram em peso", acrescentou.

Quando um repórter perguntou se ele tinha algum arrependimento sobre sua campanha, Trump respondeu: "Não me lembro de nenhum",

"Fiz uma ótima campanha. Acho que talvez tenha sido a melhor das três. Fomos muito bem na primeira. Fomos muito melhor na segunda, mas algo aconteceu. Eu diria que esta é a melhor campanha que já fizemos", disse.

md (AP, AFP, Reuters)

Harris pede que americanos votem

Nesta terça-feira (05/11), a vice-presidente Kamala Harris pediu aos americanos que "saiam e votem" na eleição presidencial, especialmente nos sete estados-chave.

"Temos que fazer isso. Hoje é dia de votar, e as pessoas precisam sair e ser ativas", disse ela no programa de rádio Big Tigger Morning Show da emissora WVEE-FM de Atlanta.

Campanha de Harris encara eleição acirrada com "paciência"

A campanha da vice-presidente e candidata democrata Kamala Harris encara o dia das eleições desta terça-feira nos Estados Unidos com "paciência" diante da possibilidade de que a contagem de votos se prolongue, especialmente em estados-chave onde as pesquisas preveem uma disputa muito apertada.

"Vamos ser pacientes", disse a gerente de campanha de Harris, Jen O'Malley Dillon, em uma entrevista na terça-feira na emissora de televisão MSNBC.

"Estaremos muito atentos ao que acontecer no início da noite, mas sabemos que alguns de nossos principais estados-chave não terão todos os votos contados até tarde da noite ou até mesmo nas primeiras horas da manhã", disse ela.

As pesquisas refletem uma disputa particularmente acirrada entre Harris e o republicano Donald Trump. Nacionalmente, Harris tem uma pequena vantagem de pouco mais de um ponto percentual, com 48% de apoio contra 46,8% de Trump, de acordo com a média das pesquisas do site FiveThirtyEight.

md (EFE, ots)

Trump e Kamala empatam na primeira urna apurada

O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, e sua rival democrata, a vice-presidente Kamala Harris, empataram no pequeno distrito de Dixville Notch, em New Hampshire, que historicamente é o primeiro a votar no país no dia das eleições.

Os seis eleitores de Dixville Notch votaram à meia-noite e imediatamente depois foi possível certificar o resultado da urna: três votos para Trump e outros três para Harris, um empate que parece confirmar as sondagens nacionais, que mostram margens muito estreitas nos estados mais importantes nestas eleições.

Em 2020, o atual presidente, o democrata Joe Biden, venceu em Dixville Notch por cinco votos a zero e os resultados das últimas eleições no pequeno distrito estiveram relativamente alinhados com a tendência nacional.

A tradição de votar nos primeiros minutos do dia das eleições nesta comunidade do nordeste dos Estados Unidos remonta a 1960 e desde então apenas dois líderes obtiveram todos os votos de seus residentes: Richard Nixon, naquele mesmo ano, e Biden em 2020.

As urnas no resto do país abriram na manhã desta terça-feira (05/11) e têm seu fechamento programado para as 18h, horário do leste dos EUA (20h em Brasília).

Se as margens forem muito próximas, como esperado, o país poderá ter de esperar dias pela contagem e apuração de todos os votos nos estados onde a competição é mais acirrada.

A média das últimas pesquisas compiladas pelo portal FiveThirtyEight coloca Trump com uma vantagem de dois pontos no Arizona, enquanto nos demais estados considerados cruciais (Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Geórgia, Carolina do Norte e Nevada) as margens são de um ponto ou menos para um dos dois candidatos.

md (EFE, ots)

Brasileiros nos EUA preferem Harris, mas Trump ganha terreno

Nos últimos anos, as eleições americanas vem sendo decididas por poucos milhares de votos em alguns estados decisivos. Assim, nem a democrata Kamala Harris nem o republicano Donald Trump podem abrir mão dos cerca de 103 mil eleitores brasileiros com dupla cidadania, em uma comunidade estimada em mais de 2 milhões de brasileiros nos EUA. Nesse grupo, a democrata lidera, segundo pesquisas, embora os republicanos tenham ganhado mais espaço ao longo dos anos.

"A maioria dos brasileiros com poder de voto nos EUA ainda é democrata, mas a cada eleição vemos um aumento do número de eleitores republicanos", afirma Mauricio Moura, fundador do Ideia, instituto de pesquisa que desde 2016 analisa a intenção de voto de brasileiros com dupla cidadania nos EUA.

Segundo pesquisa do Idea realizada entre 6 e 12 de outubro com 802 brasileiros, 60% deles disseram que votariam em Harris, contra 35% em Trump. Outros 2% escolheram outros candidatos, e 3% se indicaram como indecisos.

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Quando os resultados devem sair?

Em algumas eleições presidenciais anteriores nos EUA, os resultados foram projetados pela mídia americana no mesmo dia ou na manhã seguinte ao dia da votação.

Mas em disputas mais acirradas, como a atual, os meios de comunicação devem esperar mais tempo para declarar um vencedor em estados mais disputados, como os estados-pêndulo, por exemplo, e o anúncio dos resultados oficiais finais pode levar ainda mais tempo.

De acordo com a lei eleitoral americana, quaisquer discrepâncias nos estados devem ser resolvidas até 11 de dezembro.

Em 17 de dezembro, os delegados do Colégio Eleitoral se reúnem nas capitais de seus estados para votar formalmente para presidente e vice-presidente.

Em 6 de janeiro de 2025, o Congresso se reunirá em Washington para contar os votos dos delegados do Colégio Eleitoral e confirmar oficialmente o vencedor da eleição.

Em 20 de janeiro, a cerimônia de posse do presidente será realizada em Washington.

Os estados que podem decidir as eleições americanas

Os Estados Unidos são compostos por 50 estados, mas nem todos têm o mesmo peso quando se trata de eleições. Enquanto, em princípio, se pode antecipar como os "estados seguros" votarão, os sete estados-pêndulo (swing states) estão "em cima do muro", podendo eleger o candidato democrata ou o republicano.

Seus votos podem decidir a eleição num sentido ou no outro, o que os torna atraentes na campanha. Eles são colocados sob o microscópio e ganham comícios de alto perfil e visitas numerosas dos candidatos, além de serem inundados por propaganda visando os indecisos.

Ao longo dos anos, a lista dos swing states tem variado, devido a fatores como população, características demográficas ou mudanças em questões culturais mais amplas. Contudo, para o eleitorado americano a economia continua sendo o fator mais importante de todos. O posicionamento em relação ao aborto também influenciará de forma significativa o resultado das urnas em todo o país, mas cada estado-pêndulo tem seu próprio conjunto de questões-chave.

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Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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