'Larva' e 'teia de aranha': clientes relatam encontrar impurezas em creatina de marca famosa
Uma fábrica terceirizada contratada pela Soldiers Nutrition, empresa de Yuri Silveira de Abreu e sua esposa, Fabiula de Arruda Freire, autoproclamados "rei e rainha da creatina", foi interditada em Jundiaí, no interior de São Paulo. A ação ocorreu após a polícia descobrir que o local funcionava sem licença para produzir suplementos alimentares.
"As instalações e os equipamentos não tinham condições higiênicas e sanitárias satisfatórias", apontaram os policiais. Apesar de possuir uma fábrica própria avaliada em R$ 15 milhões, a Soldiers utiliza empresas terceirizadas para suprir a alta demanda de seus produtos.
Quais as denúncias que pesam contra a produção de creatina da empresa?
Mensagens obtidas pelo programa Fantástico mostraram líderes da Soldiers discutindo um lote de creatina que apresentou problemas. O produto, originalmente em pó, estava tão empedrado que nem marteladas conseguiam quebrar. Nas conversas, o gerente de produção ironizou: "(o produto) é da China, né?".
Além disso, reclamações de consumidores também vieram à tona. Um cliente afirmou ter encontrado "larva" em um pote de creatina, enquanto outro relatou fios semelhantes a uma "teia de aranha".
A sede da empresa já havia sido alvo de busca e apreensão em outubro. Agentes da vigilância sanitária encontraram "produtos impróprios para venda e consumo" e ausência de "dispositivos de proteção contra a entrada de pragas".
Produtos reprovados
Uma análise da Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) reprovou 18 marcas de creatina por falta de pureza ou até mesmo ausência da substância. A Soldiers, entretanto, passou no teste.
O Whey Protein da marca também foi alvo de críticas, incluindo relatos de um cliente que encontrou plástico na embalagem e outro que disse ter achado um pedaço de borracha semelhante a uma luva ou bexiga.
Além das denúncias relacionadas à qualidade dos produtos, a empresa é investigada por fraudes fiscais, como lavagem de dinheiro e sonegação. "Empresários, funcionários e colaboradores foram injustamente prejudicados pela investigação", afirmou a defesa da Soldiers, alegando que a "investigação policial utilizou algumas reclamações infundadas".