Leandro Boldrini e Graciele Ugulini são condenados por tortura, abandano material e submissão a vexame e constrangimento
Justiça do Rio Grande do Sul determina penas de reclusão e detenção por tortura, abandono material e submissão a vexame e constrangimento
Na terça-feira, 19 de setembro, a Justiça em Três Passos, Rio Grande do Sul, atendeu ao pedido do Ministério Público do estado e condenou Leandro Boldrini e Graciele Ugulini a 5 anos, 6 meses e 20 dias de reclusão, além de 2 anos e 6 meses de detenção, com regime inicial semiaberto. As condenações também incluem o pagamento de multa, em decorrência dos crimes cometidos contra Bernardo Boldrini, o filho do casal.
De acordo com a denúncia apresentada pelo promotor de Justiça Bruno Bonamente, os réus submeteram Bernardo a tortura psicológica, privando-o de conviver com sua irmã, ameaçando-o e denegrindo a imagem de sua mãe. A situação perdurou desde o segundo semestre de 2010 até a data da morte de Bernardo, em 4 de abril de 2014. Durante esse período, os réus, mesmo tendo recursos financeiros, negligenciaram a subsistência do menino, deixando-o sem alimentos em várias ocasiões e sem acesso a cuidados médicos essenciais.
Além disso, Bernardo foi submetido a vexames e constrangimentos, sendo impedido de entrar em sua própria casa, ficando sem contato com os pais e tendo que passar dias na casa de amigos sem que seus responsáveis demonstrassem interesse em buscá-lo. Eventos importantes em sua vida, como a primeira comunhão, foram negligenciados pelos réus, que o deixaram desacompanhado e inadequadamente vestido em diversas ocasiões.
A sentença da juíza ressalta a crueldade da relação dos réus com Bernardo, evidenciada em vídeos gravados por eles, que mostram abusos e tormentos mentais. Os réus agiram conjuntamente para castigá-lo, privando-o das condições necessárias para um desenvolvimento saudável e uma vida digna.