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'Leilão' por Rodrigo Garcia tem foco na sucessão de Doria

Nome de Alckmin ganhou força para disputar volta ao cargo, mas atual governador prefere que o vice se filie ao PSDB para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes

12 fev 2021 - 13h25
(atualizado às 13h58)
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O "leilão" entre DEM e PSDB pela filiação do vice-governador Rodrigo Garcia (DEM) antecipou uma disputa entre os tucanos paulistas pela sucessão de João Doria ao Palácio dos Bandeirantes. Diante do impasse, o nome do ex-governador Geraldo Alckmin ganhou força para tentar voltar ao cargo.

Rodrigo Garcia, vice-governador de São Paulo, fala durante entrevista no Palácio dos Bandeirantes
Rodrigo Garcia, vice-governador de São Paulo, fala durante entrevista no Palácio dos Bandeirantes
Foto: Roberto Casimiro/FotoArena / Estadão Conteúdo

Aliado de Doria, Garcia foi convidado pelo governador para entrar no PSDB após o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), anunciar que deixará o DEM. A crise foi deflagrada após a legenda se aproximar do Palácio do Planalto e liberar sua bancada para apoiar o nome de Jair Bolsonaro, Arthur Lira (PP-PI), à presidência da Casa.

Se Doria deixar o cargo para concorrer à Presidência em 2022, Garcia vai comandar o Estado por pelo menos 8 meses e tentará a reeleição.

Depois de receber menos de 5% dos votos na disputa presidencial de 2018, o ex-governador Geraldo Alckmin já se movimenta para ser o candidato do PSDB ao Palácio dos Bandeirantes. Sem ocupar cargo público nesse momento, o tucano tem procurado dirigentes e políticos do PSDB para defender que a sigla tenha candidato próprio para a sucessão paulista e realize prévias caso mais de um nome se apresente para a vaga.

Pelo projeto original de Doria, porém, os tucanos abririam mão de lançar um nome próprio e apoiar o vice, Rodrigo Garcia. Em troca, Garcia articularia o apoio nacional do DEM ao candidato do PSDB.

Em 2018, o próprio Alckmin tentou um movimento semelhante para que a legenda apoiasse seu vice, Márcio França (PSB), mas a iniciativa desencadeou um forte movimento contra o pessebista que culminou com a candidatura de Doria. Prevendo uma disputa fratricida no partido, o governador passou então a trabalhar para que Garcia ingresse no PSDB e Alckmin dispute o Senado.

"O PSDB precisa estar na disputa. Rodrigo (Garcia) pode ser o nome e pavimentar esse caminho se entrar no partido. Se isso não ocorrer, o PSDB deve fazer prévias", disse o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, que também integra a executiva nacional da legenda.

O cenário eleitoral em São Paulo foi tema de um almoço, no início de fevereiro, no Palácio dos Bandeirantes, que reuniu Doria, Alckmin, Garcia, o presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi, e o chefe de gabinete do governador, Wilson Pedroso.

Reservadamente, interlocutores de Doria admitem que Alckmin será ungido pela base do partido se Garcia permanecer no DEM e disputar a reeleição no cargo. Nesse caso, o governador teria de se dividir entre dois palanques em São Paulo, o que é considerado o pior cenário.

"Geraldo (Alckmin) é um quadro de importância fundamental para o PSDB. Ele será ouvido e valorizado sempre. Rodrigo Garcia, por sua vez, é um quadro brilhante, com a relação de uma vida toda junto com o PSDB. Crescemos muito sob a liderança do governador João Doria e fortalecemos novas lideranças que reúnem total condições para no futuro darem sua contribuição em projetos majoritários", disse ao Estadão o presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi, que também é secretário de Desenvolvimento Regional de São Paulo.

Justiça

O nome de Alckmin ganhou força após a Justiça de São Paulo extinguir definitivamente um processo em que o ex-governador e mais 29 pessoas, entre elas funcionários da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), eram acusados pelo Ministério Público de improbidade administrativa no contrato assinado para a construção dos trechos Leste e Sul do Rodoanel.

O ex-governador, entretanto, é réu na Justiça Eleitoral de São Paulo em denúncia do Ministério Público por falsidade ideológica eleitoral (caixa dois), corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de receber R$ 11,3 milhões da Odebrecht durante as campanhas eleitorais de 2010 e 2014.

A estratégia de Doria de atrair Garcia ao PSDB esbarra no esforço do DEM para mantê-lo no partido. Em um jantar em São Paulo no início da semana, o presidente nacional do partido e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, argumentou que a ida do vice para o PSDB dificultaria as tratativas para um eventual apoio do DEM a Doria em 2022.

Em outra frente, pelo menos quatro quadros do PSDB já são apontados no partido como concorrentes à vaga de candidato a vice governador ou potenciais concorrentes nas prévias se Garcia entrar na legenda: Vinholi e os prefeitos de São Bernardo, Orlando Morando, de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, e o ex-prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa.

Procurados pela reportagem, o ex-governador Geraldo Alckmin e o vice-governador Rodrigo Garcia não quiseram se manifestar.

Estadão
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