Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Política

Líder da bancada evangélica vai cobrar de Bolsonaro que coíba atuação de pastores no MEC

Deputado Sóstenes Cavalcante disse que não é papel de pastores intermediar encontro de prefeitos com ministros

18 mar 2022 - 20h56
(atualizado em 22/3/2022 às 16h00)
Compartilhar
Exibir comentários
Líder da bancada evangélica, deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)
Líder da bancada evangélica, deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)
Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

O poder de pastores no Ministério da Educação (MEC), com controle sobre agenda e repasse de verbas, repercutiu negativamente até mesmo dentro da bancada evangélica. O líder do grupo, deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse ao Broadcast Político que vai conversar sobre o tema com o presidente Jair Bolsonaro (PL). Os dois estão juntos em agenda no Acre e retornam a Brasília ainda esta noite e devem tratar sobre o assunto no voo de volta.

"Isso não é papel de líderes religiosos, mas sim de parlamentares. Para isso disputamos eleição", afirmou Sóstenes, próximo do governo e correligionário de Bolsonaro.

Como revelou o Estadão, pastores sem vínculo com a administração pública ou setor de ensino formaram um gabinete paralelo no MEC e participam de reuniões fechadas da pasta, agendas fechadas para discutir as prioridades e o destino de verbas voltadas à educação. Eles também fazem o intermédio de reuniões com o ministro Milton Ribeiro.

À reportagem, o líder do governo na Câmara, deputado federal Ricardo Barros (Progressistas-PR), por sua vez, saiu em defesa do governo e do poder de pastores sobre o MEC. "Não é exclusividade de parlamentares solicitar atendimento do governo a pleitos. Confederações, federações, sindicatos, associações também têm esse papel", avalia o parlamentar.

A revelação de que pastores integram espécie de gabinete paralelo no MEC provocou reações mais virulentas no Congresso. "O Estado brasileiro virou uma avacalhação!", comentou o vice-presidente da Câmara Marcelo Ramos (PSD-AM).

Especialista em educação, a deputada Tabata Amaral (PSB-SP) considerou que a atuação dos pastores pode configurar crime."O @Estadao revelou que há um gabinete paralelo de pastores que controla o MEC. Isso é tráfico de influências e contraria o que é de interesse público. Não à toa andamos 20 anos para trás na educação. Isso precisa ser investigado e punido!", escreveu a parlamentar em sua rede social.

Já o deputado Rogério Correia (PT-MG) apresentou requerimento pedindo a convocação de Ribeiro para falar na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público. O deputado sustenta que o ministro precisa esclarecer a denúncia divulgada pelo Estadão. Segundo o parlamentar, há indícios de um "suposto crime de tráfico de influência e improbidade administrativa no Ministério da Educação".

Especialistas ouvidos pelo Estadão acreditam que o fato de os pastores tratarem de assuntos do âmbito do MEC, sem ter qualquer vínculo formal com a administração federal, pode se configurar em crime de usurpação da função pública. O delito trata da ação de particulares que se apropriam da administração em benefício próprio.

Em encontros promovidos com pastores, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, já declarou que prefere fazer o contato direto com os prefeitos, sem a intermediação de deputados ou senadores. "Nós já fizemos em alguns lugares (encontros com prefeitos). Sem política, sem discurso de parlamentar nenhum. Respeito os parlamentares, mas é técnica", afirmou.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade