Língua usada por Michelle Bolsonaro é alvo de chacota
Deputado da bancada evangélica explica que primeira-dama se comunicou com Deus ao celebrar aprovação de André Mendonça no Senado
O vídeo de uma comemoração pela conquista da vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) por André Mendonça dividiu opiniões na internet desde a aprovação do indicado de Jair Bolsonaro em sabatina no Senado Federal.
Nas imagens, quem mais chama atenção é Michelle Bolsonaro. A primeira-dama aparece celebrando o resultado da sabatina. Ela pula, grita e fala em uma língua incompreensível. Nas redes sociais, esse comportamento foi alvo de chacota por alguns internautas, enquanto outros definiram o caso como sendo de intolerância religiosa, já que essa comunicação faz parte da fé professada por algumas alas da religião evangélica.
Michelle comemora ida de Mendonça para o STF em “línguas estranhas”, a glossolalia. Baixou o Espírito Santo? Mendonça redigirá seus votos em português? Talvez seja preferível a glossolalia mesmo! pic.twitter.com/FhDtsYNdPt
— Reinaldo Azevedo (@reinaldoazevedo) December 4, 2021
Em conversa com o jornal Folha de S. Paulo, o teólogo e deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), integrante da bancada evangélica da Câmara, explicou que na doutrina pentecostal – da qual Michelle faz parte – algumas pessoas se expressam em outra língua sob a presença do Espírito Santo. Essa língua, no entanto, não é um idioma conhecido e não tem uma tradução.
"Seriam línguas com as quais a gente se comunica com Deus e com o que cremos. Somente Deus, através do Espírito Santo, entende aquela língua, não é uma língua natural", pontuou Sóstenes.
O parlamentar também comentou sobre as críticas que a primeira-dama recebeu e citou a intolerância religiosa. "Você não vê essas mesmas críticas quando [baixam] aqueles espíritos em pai de santo. Pelo contrário. Acham que é cultura e respeitam quando [os pais de santo incorporados] falam aquelas coisas que ninguém entende”, completou.
Nas redes sociais, políticos como a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), forte aliada de Jair Bolsonaro, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, se manifestaram em defesa de Michelle.
Os evangélicos são mais de 30% da população brasileira, mas a esquerda não aceita que sejam nem 9% dos ministros do STF.
Lembrem-se de cada uma dessas declarações preconceituosas quando um esquerdista vier pedir votos.
A Primeira-Dama Michelle Bolsonaro comemorou foi pouco. 😉 pic.twitter.com/k8X03Frayt
— Carla Zambelli (@CarlaZambelli38) December 4, 2021
Lamentável qtos posts, a partir dessa noticia, cuspindo preconceito contra a fé dos outros. São os mesmos q vivem reclamando de discriminação. Minha solidariedade a Primeira Dama. Q ela possa manifestar sempre sua fé c liberdade. Em tempo:é a minha opinião. Se vc tem a outra, ok https://t.co/QE5IKYStPX
— Eduardo Paes (@eduardopaes) December 4, 2021