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Lula diz que fará "alguma coisa" em relação à alta do dólar, mas se recusa a detalhar medida

2 jul 2024 - 08h42
(atualizado às 09h42)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que fará "alguma coisa" em relação à alta do dólar ante o real, mas evitou detalhar qual medida será tomada "porque senão estarei alertando meus adversários".

Em entrevista à Rádio Sociedade, em Salvador, Lula disse que não se pode "inventar crises" e afirmou que há um ataque especulativo ao real, dizendo que voltará a Brasília na quarta-feira e discutirá o que fazer em relação à alta do dólar, admitindo que a desvalorização da moeda brasileira ante a divisa norte-americana o preocupa.

"Obviamente que me preocupa essa subida do dólar, é uma especulação. Há um jogo de interesse especulativo contra o real neste país. E eu tenho conversado com as pessoas para ver o que a gente vai fazer. Estou voltando na quarta-feira, vou ter uma reunião, porque não é normal o que está acontecendo. Não é normal", disse.

Na véspera, o dólar à vista ultrapassou a barreira dos 5,65 reais e encerrou a sessão no maior valor em dois anos e meio, com profissionais do mercado citando novamente o desconforto com a política fiscal do governo Lula.

"Nós temos que fazer alguma coisa. Eu não posso falar aqui o que é possível fazer, porque se não eu estarei alertando os meus adversários", respondeu Lula ao ser indagado quais medidas poderia tomar diante da alta do dólar.

O presidente também voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a quem acusou de ter "viés político". Lula afirmou ainda que a autarquia não pode estar a serviço do sistema financeiro e do mercado.

"O que não dá é você ter alguém dirigindo o Banco Central com viés político. Definitivamente eu acho que ele tem um viés político. Agora, veja, eu não posso fazer nada, porque ele é o presidente do Banco Central, ele tem um mandato, ele foi eleito pelo Senado, eu tenho que esperar terminar o mandato e indicar alguém", disse Lula.

"O Banco Central é um banco do Estado brasileiro para cuidar da política monetária. Ele não pode estar a serviço do sistema financeiro, ele não pode estar a serviço do mercado."

O presidente também admitiu preocupação com o atual patamar da taxa básica de juros, atualmente em 10,5% ao ano, e argumentou, mais uma vez, que o nível da Selic não está em linha com os dados econômicos recentemente divulgados no país.

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