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Lula diz que guerra na Ucrânia foi decisão de dois países e propõe criação de "G20 da paz"

16 abr 2023 - 12h15
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou neste domingo a colocar o governo ucraniano como um dos responsáveis pela guerra na Ucrânia e propôs a criação de um "G20 da paz" para negociar o fim do conflito, iniciado com a invasão russa do país vizinho em fevereiro do ano passado.

Em entrevista coletiva ao deixar hotel em Abu Dhabi, onde encerrou uma visita oficial neste domingo, Lula também voltou a afirmar que os Estados Unidos e países europeus que fornecem armas à Ucrânia contribuem para a continuidade do conflito.

"Eu penso que a construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra, porque a decisão da guerra foi tomada por dois países e agora o que nós estamos tentando construir? Nós estamos tentando construir um grupo de países que não têm nenhum envolvimento com a guerra, que não querem a guerra, que defendem construir paz no mundo para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia", disse Lula.

"Mas também precisamos ter em conta que é preciso também conversar com os Estados Unidos e com a União Europeia. Ou seja, nós precisamos convencer as pessoas que a paz é a melhor forma para restabelecer qualquer processo de conversação."

Dias depois de fazer uma visita oficial à China e se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, Lula disse que esse grupo de países mediadores incluiria Brasil, China e, possivelmente, outros países da América Latina.

Ele disse ter tratado da guerra na Ucrânia na conversa que teve com Xi, assim como em diálogos que manteve com o presidente dos EUA, Joe Biden, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e o presidente da França, Emmanuel Macron.

Lula, que tem colocado a guerra na Ucrânia e a proposta de um grupo de países para mediar o fim do conflito como parte central de sua agenda internacional, se reunirá na segunda em Brasília com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que visitará o Brasil. O presidente retorna à Brasília na noite deste domingo.

Grupos contrários à visita do chanceler russo preparam protestos em São Paulo e também em Brasília, em frente ao Itamaraty, onde Lavrov será recebido pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira.

"O presidente (da Rússia Vladimir) Putin não toma iniciativa de paz, o (presidente da Ucrânia Volodymyr) Zelenskiy não toma iniciativa de paz. A Europa e os Estados Unidos terminam dando uma contribuição para a continuidade dessa guerra. Eu acho que a gente precisa sentar numa mesa e dizer "chega!", defendeu Lula.

"Todo mundo sabe que eu já propus a criação de uma espécie de G20 da paz. Quando houve a crise econômica de 2008, rapidamente nós criamos o G20 para salvar a economia. Agora é preciso criar um novo G20 para acabar com a guerra e restabelecer a paz... Eu acho que vai dar certo."

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