Lula não disse que irá colocar 'caminhoneiros em seu devido lugar'
Não é verdade que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que irá "colocar os caminhoneiros em seu devido lugar" em janeiro de 2023 e que o G1 publicou reportagem com esse título. O site negou que tenha publicado a reportagem e Aos Fatos não encontrou indícios do texto. Também não há registros de que Lula tenha dito a frase. A falsa manchete é uma montagem sobre uma reprodução do site de 19 de novembro deste ano.
Até esta terça-feira (22), a postagem desinformativa acumulava 12 mil compartilhamentos no Facebook.
Lula diz em janeiro vou colocar caminhoneiros em seu devido lugar o brasil não pode parar!
Uma imitação do G1 circula nas redes sociais com uma manchete falsa que atribui ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva a frase "em janeiro vou colocar os caminhoneiros em seu devido lugar, o Brasil não pode parar". Em nota, o site negou que tenha feito a publicação. Em busca pelo texto no Google, o Aos Fatos não o encontrou, e também não há registros de que Lula tenha dado tal declaração.
As peças de desinformação usam uma reprodução de um vídeo veiculado no sábado (19) no Jornal Nacional, que noticia o retorno de Lula ao Brasil após viagens para a COP27 (27ª Conferência do Clima das Nações Unidas) em Sharm El-Sheikh, no Egito, e para Lisboa.
Comparação. Peça desinformativa usa reprodução de reportagem real veiculada no sábado
Outro indício de manipulação está na estrutura do título da falsa reportagem. O texto que aparece na imagem é "Lula diz em janeiro vou colocar caminhoneiros em seu devido lugar brasil não pode parar". A pontuação está incorreta, "Brasil" está com letra minúscula e a manchete encerra com ponto de exclamação, padrão que não é usado pelo G1 (confira abaixo).
A última manifestação do presidente eleito sobre os atos golpistas que bloqueiam estradas do país contra o resultado eleitoral aconteceu em 10 de novembro. Em discurso no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), Lula pediu que os manifestantes voltem para casa e não usem violência contra quem pensa diferente. "Vamos respeitar quem não é igual a gente, quem não pensa como nós. A democracia é isso. É viver democraticamente na diversidade. Não peço para ninguém gostar de mim, só peço para pessoas respeitarem resultado eleitoral porque nós vencemos as eleições", disse.
Referências:
2. Globo Play
3. G1
4. Extra