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Lula: 'Não tenho que prestar contas a banqueiro ou ricaço, mas sim ao pobre'

No fim do pregão de ontem, o dólar fechou o dia cotado a R$ 5,65, maior valor em dois anos e meio. O mercado enxerga este tipo de discurso como interferência da política na economia do país

2 jul 2024 - 07h42
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em discurso que não tem que prestar contas a "banqueiro" ou a "ricaço", mas sim ao "povo pobre" do país. As falas do presidente aconteceram na noite desta segunda-feira (1°), na Bahia.

Presidente Lula em evento na Bahia, onde anunciou uma série de investimentos
Presidente Lula em evento na Bahia, onde anunciou uma série de investimentos
Foto: Reprodução/CanalGov / Perfil Brasil

No fim do pregão de ontem, o dólar fechou o dia cotado a R$ 5,65, maior valor em dois anos e meio. A alta da moeda americana é atribuída, pelo menos em parte, a essas declarações recentes de Lula. O mercado enxerga este tipo de discurso como interferência da política na economia e como um sinal de descontrole nos gastos públicos.

A fala de Lula é mais uma, portanto, que o presidente dirige em tom de crítica ao mercado financeiro; tais declarações têm sido rotineiras nos últimos dias.

Lula, o banqueiro e o ricaço

O presidente dirigiu suas críticas aos "poderosos" do Brasil. "Não tenho que prestar contas a nenhum ricaço desse país, a nenhum banqueiro. Tenho que prestar contas ao povo pobre, trabalhador deste país, que precisa que a gente tenha cuidado e que a gente cuide deles", declarou Lula em evento em Salvador, Bahia, no qual a comitiva do Governo Federal anunciou investimentos no estado.

Faltando 45 dias para o início da campanha das eleições municipais de outubro, Lula tem intensificado viagens pelo país. Os roteiros do mandatário da República são preenchidos com eventos públicos de inauguração de obras e anúncios de investimentos, bem como a participação em entrevistas para rádios locais.

Lula critica o Banco Central

Nessas ocasiões, Lula tem repetido as críticas não só ao mercado, como também ao Banco Central. Lula julga que o Banco Central poderia baixar a taxa Selic (os juros básicos da economia), atualmente no patamar de 10,5% ao ano.

"Foi aprovado pelo Congresso, a independência do Banco Central. Foi indicado o cidadão pelo governo passado. Eu tenho que ter muita paciência na hora de indicar outro candidato e ver se a gente consegue, sabe, com a maior autonomia possível — que é decência política das pessoas — que o presidente do Banco Central olhe um pouco este país do jeito que ele é, e não do que jeito que o sistema financeiro fala", afirmou o presidente Lula mais cedo à Rádio Princesa, de Feira de Santana (BA). E emendou: "Quem quer o BC autônomo é o mercado".

Perfil Brasil
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